A Airbus teve um impacto de € 1,3 bilhão com o atraso no seu avião de transporte militar A400M, elevando os custos do maior projeto de defesa europeu para mais de € 8 bilhões e tirando parte do brilho do resultado melhor que o esperado.
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As ações da empresa, maior grupo aeroespacial da Europa, subiam cerca de 10%, atingindo máxima em duas semanas, depois que a Airbus cortou custos de seu novo jato A350 e confirmou que buscava elevar a produção de seu modelo mais vendido, o A320, em 17%, para 70 unidades por mês, em meio à forte demanda.
Mas a empresa pediu a seus fabricantes de motores para lidarem com atrasos que têm interrompido entregas da versão atualizada A320neo e disse que sua meta de 800 entregas este ano dependeria do desempenho desses fornecedores. “Nós temos muitos desafios à frente, mas isso é administrável”, disse hoje (15) o presidente-executivo, Tom Enders.
A Airbus registrou um aumento de 8% no lucro operacional ajustado em 2017 de € 4,253 bilhões e receita estável de € 66,767 bilhões. A empresa também projetou um aumento de 20% no seu lucro operacional beneficiado por mudanças contábeis.
Analistas esperavam em média lucro operacional de € 3,996 bilhões em 2017 e receita de € 67,343 bilhões. A empresa elevou seu dividendo em 11%.
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“Nossa cautela em relação ao Ebit de 2018 parece infundada”, disse o analista Sandy Morris, do Jefferies, que tem recomendação de “manter” as ações da empresa. “Na Airbus Commercial, as coisas simplesmente parecem ter se encaixado.”
O analista do Barclays Phil Buller escreveu: “O item mais importante para nós e para muitos outros é o caixa e este superou as expectativas em cerca de € 700 milhões ou 34% no quarto trimestre”. O banco tem recomendação “overweight” para as ações da Airbus.
O custo com o A400M vem depois que a Airbus fechou acordo preliminar na semana passada com sete países compradores europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre mais atrasos para o avião. “Isso certamente não é bom, mas nós estávamos fazendo um bom progresso de maneira geral”, disse Enders a analistas, acrescentando que o acordo reduziria significativamente os riscos remanescentes.
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A Airbus também teve um custo de € 117 milhões no quarto trimestre depois de um acordo com procuradores alemães sobre um caso de corrupção ligado à venda de uma caça para a Áustria em 2003. O encargo inclui € 35 milhões em custos legais.
No lado comercial, a Airbus está no meio de uma mudança para uma versão atualizada do A320, mas tem sido prejudicada por atrasos no fornecimento de motores, principalmente da Pratt & Whitney, assim como alguns atrasos das fabricantes de motores CFM International.
A empresa disse que ainda avaliava o impacto de uma nova rodada de problemas com motores da Pratt que tiveram alguns jatos em solo e algumas entregas suspensas esta semana.
Enders disse que estava em contato com as lideranças da Safran e da General Electric, donas da CFM que tem reportado atrasos de diversas semanas na entrega de motores.
A fabricante de aviões, concorrente da Boeing, reportou “bom progresso” na produção do novo A350 e reiterou planos para atingir a produção de 10 jatos por mês até o fim do ano.