As ações da empresa de armazenamento de dados Dropbox fecharam a US$ 28,42 em sua estreia hoje (23), uma valorização de mais de 35% que marca a maior oferta pública inicial de uma empresa norte-americana de tecnologia em mais de um ano.
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A ação abriu a US$ 29 na Nasdaq e chegou a subir até 50%, para uma máxima de US$ 31,60 no início das transações. Na abertura, a companhia atingiu valor de mercado de US$ 12,67 bilhões, acima da avaliação de US$ 10 bilhões que obteve na mais recente rodada de injeção privada de recursos.
O preço da ação foi definido no IPO em US$ 21, US$ 1 acima da faixa indicativa de US$ 18 a US$ 20, e a demanda dos investidores pelos papéis foi várias vezes maior do que a oferta.
A sólida abertura do primeiro dia veio apesar da fraqueza no mercado de ações mais amplo dos EUA. O S&P 500 caiu 1,8%, enquanto o Nasdaq caiu 2,4%, depois de recuarem cada um mais de 2% na quinta-feira (22). O índice de tecnologia do S&P caiu 2,73%.
A estreia da Dropbox marca um fim para um longo jejum no mercado norte-americano de IPOs de empresas de tecnologia. A última empresa dos EUA que valia mais de US$ 1 bilhão e que abriu seu capital no mercado foi a produtora do aplicativo Snapchat, Snap, em março do ano passado.
O IPO da Dropbox ocorreu depois que a empresa brasileira de meios eletrônicos de pagamento PagSeguro estreou no final de janeiro na bolsa de Nova York, em uma operação que movimentou cerca de US$ 2,7 bilhões.
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O início bem-sucedido nos negócios com as ações da Dropbox é mais um indicador positivo para o IPO da empresa de transmissão de música pela Internet Spotify, avaliada no mercado privado em cerca de US$ 19 bilhões e que fez pedido para uma listagem direta de papeis que vão começar a serem negociados na bolsa de Nova York em 3 de abril.
“A Dropbox está indo para o mercado no momento certo. A empresa tem uma história atraente para justificar sua necessidade por financiamento e a dinâmica do mercado está positiva”, disse Josh Lerner, professor de banco de investimento na Harvard Business School. “Mas, ao mesmo tempo, o ambiente é muito competitivo.”
A companhia de São Francisco, que começou como um serviço gratuito de armazenagem e compartilhamento de fotos, música e grandes arquivos, compete com companhias muito maiores como Google, Microsoft e Amazon.com. A rival principal é a Box.
A empresa teve receita de US$ 1,11 bilhão em 2017, ante US$ 844,8 milhões O prejuízo líquido caiu quase que pela metade ante US$ 210,2 milhões negativos em 2016.