A confiança da indústria do Brasil chegou ao nível mais alto em cerca de quatro anos e meio em março tanto com a melhora na percepção da situação atual quanto das perspectivas sobre o futuro próximo, apontou hoje (27) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
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No mês, o Índice da Confiança da Indústria (ICI) subiu 1,3 ponto e chegou a 101,7 pontos, nível mais alto desde agosto de 2013 (101,9 pontos). Com o resultado, o ICI médio do primeiro trimestre foi a 100,5 pontos, 2,9 pontos acima do trimestre imediatamente anterior.
“Após quase cinco anos com prevalência de respostas desfavoráveis e pessimistas na pesquisa, o setor industrial brasileiro retorna a uma situação de normalidade em relação às avaliações sobre a situação atual e às perspectivas para o futuro próximo”, explicou a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE, Tabi Thuler Santos, em nota.
O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 1,2 ponto em março e foi a 100,6 pontos, influenciado principalmente pela melhora no nível da demanda, depois de recuar 1,5 ponto no mês anterior.
O Índice de Expectativas (IE) avançou 1,4 ponto e chegou a 102,8 pontos, nível mais elevado desde junho de 2013, com alta do indicador de expectativas com a evolução do pessoal ocupado nos três meses seguintes.
Segundo a FGV, essa foi a primeira vez desde setembro de 2013 em que os dois índices terminaram juntos acima do nível neutro de 100 pontos, o que “indica que a satisfação da indústria com o momento presente e o otimismo com o futuro próximo estão, agora, acima do que geralmente o setor reporta na pesquisa”.
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A coordenadora da FGV também destacou “a continuidade do processo de recuperação da demanda no mercado interno e do nível de utilização da capacidade instalada, indicadores que perderam muito nos últimos anos e demoraram a dar sinais de recuperação consistente”.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada em março teve aumento de 0,5 ponto percentual e chegou a 76,1 por cento, patamar mais elevado desde maio de 2015 (76,6 por cento).
O resultado da confiança da indústria acompanha o cenário no setor de comércio, cuja confiança melhorou em março pela sétima vez seguida, informou a FGV também nesta terça-feira.
A produção da indústria do Brasil iniciou 2018 com queda de 2,4 por cento em janeiro sobre o mês anterior, a perda mais forte em dois anos devido ao ajuste na fabricação de veículos, de acordo com dados do IBGE.