São vários os pilares que sustentam o mercado de arte. Além das tradicionais galerias e das vendas informais, há os eventos, como os leilões e as agitadas semanas de arte. De acordo com o relatório The Art Market 2017, feito pelo UBS e pela Art Basel, o segmento como um todo movimentou US$ 56,6 bilhões em vendas em 2016.
Mesmo que esse número represente uma queda de 5% no volume de transações – foram 36,6 milhões – as feiras de arte só crescem. Em 2016, o faturamento gerado pelos eventos do tipo somaram US$ 13,3 bilhões, valor 57% maior do que o registrado em 2010 e responsável por 25% do total arrecadado pelo setor. Basta dar uma rápida olhada no calendário para notar que a presença das feiras é algo global, com destaque para destinos como Nova York, Miami, Basel (Suíça), Londres e Hong Kong. Não por coincidência, os mercados dos EUA, da China e do Reino Unido são responsáveis por 81% do total das vendas.
Muito conhecida pelos brasileiros, a Art Basel Miami é realizada na primeira quinzena de dezembro. Segundo Jason Pomeranc, colecionador e cofundador da rede Sixty Hotels, o evento não gera apenas vendas, mas incrementa o fluxo internacional de pessoas e, consequentemente, o turismo. “Antes da primeira edição, em 2002, havia dúvidas se a comunidade local aceitaria a iniciativa e se ela geraria vendas. Mas o evento foi uma grande surpresa e ajudou no desenvolvimento da cidade”, conta.
Otimista, o empresário espera que a edição de 2017 seja melhor que a de 2016. “Havia muitas incertezas no ano passado, principalmente relacionadas a questões climáticas, que prejudicaram o movimento”, explica. Tanto a feira principal quanto os eventos paralelos movimentam a vida social de Miami, além de trazer à tona novos artistas. “Os grandes compradores estão de olho também nos jovens talentos.”
Reportagem publicada na edição 56, lançada em dezembro de 2017