A massificação de veículos híbridos no Brasil pode se tornar uma realidade no Brasil se houver incentivo e apoio corretos por parte do governo e vários setores da indústria, afirmou hoje (19) o presidente-executivo da Toyota para a América Latina, Steve St. Angelo.
LEIA MAIS: Nova Range Rover Sport SVR bate recorde e ultrapassa Ferrari 458 Itália
Durante evento para marcar o início de testes de longa duração de um híbrido Prius da montadora japonesa equipado com motor a combustão que além de gasolina aceita também etanol, o executivo afirmou que a solução é a mais adequada para atender a realidade brasileira, mas evitou fazer comentários sobre quando a Toyota poderá produzir o modelo no Brasil.
A Toyota completa em 2018 60 anos de presença no mercado brasileiro e St. Angelo comentou que acredita que o modelo “híbrido flex”, citado pela montadora como o primeiro do tipo do mundo, marca o “início dos próximos 60 anos da Toyota” no país.
A montadora vai fazer o “Prius Flex” rodar de São Paulo até Brasília, em um percurso de cerca de 1.000 quilômetros em que vai passar por usinas produtoras de etanol.
Questionado se o destino final ter sido definido como Brasília tem relação com eventual pedido para incentivos governamentais para a popularização da tecnologia, o presidente da Toyota para América Latina afirmou que “incentivo ajuda, mas não é essencial” para a montadora se decidir por desenvolver o modelo para venda no Brasil. “Esses veículos [híbridos] só vão contribuir para a sociedade se houver mais deles nas ruas… Podem se tornar realidade com incentivo e apoio certos”, disse St. Angelo.
Atualmente, o Prius, importado do Japão, é vendido por cerca de R$ 126 mil no Brasil. Em 2017, o modelo foi o híbrido mais vendido do país, com licenciamentos de 2 mil unidades de um total de 3.296 híbridos e elétricos comercializados no Brasil.
VEJA TAMBÉM: Conheça o novo Rolls-Royce Phantom
Segundo a Toyota, o Prius flex é um protótipo. O executivo comentou que eventualmente, além do Brasil, o modelo poderia ser vendido no Paraguai, que também possui uma frota de veículos que usa etanol. Ele não mencionou o valor investido pela companhia no modelo flex.
St. Angelo disse que o objetivo do teste é recolher dados que incluem consumo e emissão de poluentes do Prius flex que serão enviados à Toyota no Japão para análise. A montadora, que tem parceria com a Universidade de São Paulo (USP) em estudos sobre motorização híbrida, também vai lançar uma parceria com a Universidade de Brasília (UNB).
A Toyota fez o anúncio em parceria com a entidade que representa os produtores de açúcar e etanol do Brasil, a Unica. A presidente da entidade, Elizabeth Farina, afirmou que a “solução dos biocombustíveis é a solução econômica adequada para o Brasil” e que a entidade “se prontificou a dar apoio institucional” para a iniciativa da Toyota.
Segundo ela, o setor sucroalcooleiro não é contra a tecnologia dos carros híbridos e elétricos. “Mas se houver incentivo para algum tipo de tecnologia, por que não pode ter também para uma [de etanol] que já investiu tanto no país?”, pergunta.
Atualmente, veículos híbridos ou elétricos pagam 13% e 25%, respectivamente, de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Uma reunião ocorrida no início do mês entre representantes do Ministério da Indústria e Comércio Exterior e da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) terminou sem um compromisso do governo de reduzir o IPI dos híbridos e elétricos para 7%, mesma alíquota cobrada dos modelos de motor 1.0.