O diretor da Organização Internacional do Café criticou a decisão tomada por um juiz dos Estados Unidos que está exigindo alertas de câncer no café vendido no Estado da Califórnia pela Starbucks e outras redes, expressando o temor de que tais selos se disseminem.
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“Sentimos que isso realmente não se justifica”, disse o brasileiro José Sette, diretor-executivo da OIC, em uma entrevista concedida na noite de sexta-feira (13) a respeito do veredicto preliminar do juiz Elihu Berle, do Superior Tribunal de Los Angeles.
A decisão tomada pelo magistrado em 28 de março sustentou que a Starbucks e outras empresas não provaram que não existe um risco significativo derivado da acrilamida, um carcinógeno produzido no processo de torragem do café, mostraram documentos da corte.
A Starbucks, maior rede de cafeterias do mundo, é uma de mais de uma dúzia de réus no caso, e não respondeu ao pedido de entrevista.
A decisão final do caso deve demorar várias semanas, já que outras fases do julgamento ainda estão em curso.
Sette, que se pronunciou nos bastidores de uma conferência da OIC realizada na semana passada na Cidade do México, disse que a indústria do café receia que outros mercados sigam o exemplo da Califórnia, vista muitas vezes como uma criadora de tendências.
“É uma preocupação, mas as batatas fritas têm muito mais acrilamida do que o café. Será que as pessoas vão parar de consumir batatas fritas e café por causa deste alerta? Não acredito, mas obviamente não gostamos disso.”