O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse hoje (10) a senadores norte-americanos que a empresa está tentando mudar – tendo em vista as recentes críticas –, em uma tentativa de impedir qualquer legislação voltada para a maior rede social do mundo.
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O magnata da internet de 33 anos – o 5º homem mais rico do mundo de acordo com a última lista de bilionários da FORBES, com patrimônio de US$ 71 bilhões – foi interrogado em uma audiência conjunta dos comitês de Comércio e Judiciário do Senado dos Estados Unidos sobre uma série de questões, desde o tratamento de supostas tentativas russas de interferência eleitoral até a privacidade do consumidor e discurso de ódio.
“Estamos passando por uma ampla mudança filosófica na empresa”, disse Zuckerberg, vestindo um terno escuro e gravata em vez de sua típica camiseta e jeans.
John Thune, presidente do comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado dos EUA, adotou um tom opositor em seus comentários iniciais. “No passado, muitos dos meus colegas nos dois lados do corredor estavam dispostos a aceitar os esforços das empresas de tecnologia para se auto regularem. Mas isso pode estar mudando”, disse ele.
Do lado de fora do prédio do Capitólio, que abriga o Congresso, o grupo de protesto online Avaaz montou 100 recortes de tamanho natural de Zuckerberg vestindo camisetas com as palavras “Fix Facebook”.
O Facebook enfrenta uma crescente crise de confiança entre usuários, anunciantes, funcionários e investidores depois de reconhecer que até 87 milhões de pessoas, a maioria nos Estados Unidos, tiveram suas informações pessoais coletadas no site pela Cambridge Analytica, uma consultoria política que trabalhou para a campanha presidencial de Donald Trump.
A empresa também está lutando para lidar com notícias falsas e supostas interferências estrangeiras em eleições, revelando em setembro que russos sob nomes falsos usaram a rede social para tentar influenciar os eleitores nos meses antes e depois da eleição de 2016, escrevendo sobre assuntos controversos e comprando anúncios.
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Em fevereiro, o procurador especial dos EUA, Robert Mueller, acusou 13 russos e três empresas russas de interferirem na eleição ao semear discórdia nas mídias sociais.
Zuckerberg, que fundou o Facebook em seu dormitório na Universidade de Harvard em 2004, está lutando para provar aos críticos que ele é a pessoa certa para liderar o que se tornou uma das maiores empresas do mundo.
Na sexta-feira (6), Zuckerberg deu seu apoio à proposta de legislação exigindo que os sites de mídia social divulguem as identidades dos compradores de anúncios de campanhas políticas online.
As ações do Facebook subiram 4,5% hoje, maior alta percentual diária desde abril de 2016.