A farmacêutica japonesa Takeda anunciou hoje (8) acordo para comprar a britânica Shire por 45,3 bilhões de libras (US$ 62 bilhões), na maior aquisição até agora no setor, que atravessa uma onda de consolidação.
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Assumindo que a Takeda consiga aprovação de acionistas para o acordo, a transação será a maior aquisição internacional já feita por uma companhia japonesa e vai impulsionar a empresa, liderada pelo francês Christophe Weber, para o grupo das 10 maiores farmacêuticas do mundo.
O grupo combinado será um líder em medicamentos para distúrbios gástricos, neurociência, oncologia, doenças raras e terapias com derivados de sangue usadas em casos como hemofilia.
A Shire tem se mostrado lucrativa vendendo medicamentos para tratamento de hiperatividade e doenças raras, mas o tamanho do acordo tornará a Takeda uma das farmacêuticas mais endividadas do mundo, o que fez a agência de classificação de risco Standard & Poor’s alertar para um potencial corte de nota da empresa.
Para reduzir a dívida rapidamente, a Takeda planeja cortar milhares de empregos e investimento duplicado em pesquisa de medicamentos. O grupo combinado tem hoje 52 mil funcionários e esse número provavelmente será reduzido em 6% a 7%.
A oferta da Takeda envolve 46% do valor em dinheiro e o restante em ações, o que deixará os acionistas da Shire controlando cerca de metade do grupo combinado. A Shire tinha rejeitado quatro ofertas anteriores da Takeda.
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A Shire foi criada em 1986 para vender suplementos de cálcio para tratamento de osteoporose em um escritório acima de uma loja em Hampshire, sul da Inglaterra. Desde então, a empresa cresceu rapidamente por meio de aquisições, gerando no ano passado receita de US$ 15,2 bilhões.
Mas a companhia tem passado por pressão nos últimos 12 meses por causa da concorrência maior de fabricantes de medicamentos genéricos e dívida gerada pela criticada aquisição da Baxalta em 2016 por US$ 32 bilhões.