O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, tentou minimizar uma reportagem que identificou “grandes falhas” no sedã Model 3, ao admitir que há um problema na frenagem do veículo, mas prometeu corrigi-lo com uma atualização de software dentro de alguns dias.
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Ao responder a uma reportagem da influente revista norte-americana “Consumer Report” que não recomendou o carro, Musk disse no Twitter ontem (21) que os testes da revista – que usou dois veículos separados – eram de versões mais antigas do carro, que já tinham sido atualizadas.
A questão, que reduziu ganhos das ações da montadora ontem, apareceu em um momento em que a Tesla está lidando com relatos de acidentes envolvendo seus veículos e crescente ceticismo sobre suas finanças.
As ações da empresa, que caíram cerca de US$ 100 desde setembro de 2017, recuavam cerca de 2,6% hoje (22), depois de ter subido quase 3% na sessão anterior, impulsionadas pela diminuição das tensões comerciais com a China, que podem ajudar seus planos.
“Com mais refinamento, podemos melhorar a distância de frenagem para além das especificações iniciais. A Tesla não vai parar até que o Model 3 tenha uma frenagem melhor do que a de qualquer carro remotamente comparável”, publicou Musk na rede social. “A ‘Consumer Reports’ tinha um carro de produção inicial. O Model 3 agora melhorou o conforto de condução, reduziu o ruído do vento e muitas outras pequenas melhorias. Solicitaremos que testem a produção atual”, escreveu ele.
A produção do Tesla Model 3 começou em julho do ano passado e os primeiros clientes regulares só receberam seus carros em dezembro, depois de alguns funcionários da Tesla.
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A “Consumer Reports” disse na reportagem de ontem que tinha adquirido um segundo veículo Model 3 de propriedade privada para confirmar os resultados iniciais que mostraram que o sedã freou mais lentamente do que uma picape de tamanho normal. A revista não mencionou a idade de qualquer carro usado no teste.
Chamando o teste de “muito estranho”, Musk também disse que a variação na distância de parada se deve a um algoritmo de calibração do ABS (Anti-Skid Braking System). “O resultado da frenagem da publicação é inconsistente com outros avaliadores, mas pode indicar que alguns automóveis Model 3 têm distâncias de frenagem mais longas do que outros”, disse ele.
Analistas disseram que a reportagem da revista é má publicidade para a Tesla. “Embora as informações negativas de problemas de frenagem não detenham os entusiastas da marca, isso pode levantar dúvidas entre os compradores mais casuais”, disse Neil Saunders, diretor-geral da GlobalData Retail. “É importante não ser muito duro com a Tesla, já que outros veículos também tiveram sua cota de problemas de segurança e técnicos. A questão da Tesla é que, diferentemente de outras montadoras, é uma marca jovem que precisa conquistar as pessoas e por isso não pode ter muitos percalços.”