O Brasil deixou de gerar US$ 240 milhões em receita com exportação de carne bovina em maio frente o esperado, em razão dos protestos de caminhoneiros, disse hoje (07) a Agroconsult, que estima perdas bilionárias para a cadeia produtiva da pecuária de corte nacional pelo mesmo motivo.
As manifestações, desencadeadas pela alta do diesel, duraram mais de dez dias e afetaram diversos setores da economia.
No agronegócio, a indústria de carnes de aves e suína também sofreu perdas elevadas: cerca de US$ 300 milhões deixaram de ser gerados com a exportação de carne de frango, cuja expectativa inicial era de vendas de US$ 518 milhões; no caso da suína, a “frustração” foi de 60 milhões de dólares, enquanto o segmento esperava embarcar US$ 100 milhões no mês passado, disse Nogueira.
No caso da bovinocultura, os bloqueios de estradas e a falta de caminhões reduziram o escoamento de carne, explicou o sócio e coordenador de pecuária da consultoria, Mauricio Palma Nogueira.
“Em relação a abril, a frustração com as exportações foi de US$ 180 milhões por causa da greve”, comentou ele, durante evento em São Paulo para apresentação do Rally da Pecuária 2018, expedição que a consultoria realizará a partir deste mês pelas principais áreas produtoras de gado do Brasil, o maior exportador mundial da carne bovina.
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Conforme cálculos apresentados por ele, a cadeia produtiva da pecuária de corte, desde produtores até empresas de insumos, registrou perdas superiores a R$ 11 bilhões em negócios não realizados por causa dos protestos.
“Isso é o que deixou de ser movimentado… Existe a possibilidade de reverter, mas só se tivermos um cenário inflacionário, com preços mais altos da carne bovina. A única forma é por preço”, disse.
“Acredito que temos fôlego para isso, demanda, tem trabalho para reforçar mercado…”, ponderou Nogueira, que vê a concorrência com as outras carnes e a retomada dos embarques como fatores altistas para a proteína bovina.
CONFINAMENTO
O sócio da Agroconsult afirmou ainda que a tendência de confinamento de bovinos neste ano no Brasil é de estabilidade ou alta ante os pouco mais de 5 milhões de cabeças observados no ano passado.
Segundo ele, o cenário de alta para os preços de carne e da arroba do boi gordo responderiam por esse cenário.