As empresas chinesas apostam alto na Copa do Mundo de 2018 e superam a concorrência em publicidade. Segundo o site de negócios Yicai.com, as companhias da China investiram US$ 835 milhões em patrocínios no evento. A quantia é mais do que o dobro gasto pelas norte-americanas.
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Os dólares para publicidade na Copa do Mundo foram pagos por sete empresas: Dalian Wanda Group, Hisense Group, Mengniu Dairy, Vivo Communication Technology, Yadea Technology Group, Zhidianyijing Virtual Reality Technology e Diking China.
O evento esportivo oferece o “contexto” certo, as condições e as circunstâncias perfeitas para o lançamento de uma campanha de marketing global. Isso é algo que as empresas chinesas precisam desesperadamente, ao tentarem levar sua campanha “Made in China” para o mercado mundial e competir efetivamente com marcas estabelecidas dos EUA, do Japão e da Europa.
Apenas uma empresa chinesa, a Huawei, chegou à lista 2018 das mais valiosa do mundo da FORBES, um ranking repleto de marcas norte-americanas. Do Top 10, oito são fabricadas nos Estados Unidos, e as duas restantes no Japão e na Coreia. Ainda assim, a presença da Huawei na lista pelo segundo ano consecutivo é uma grande melhoria em relação há cinco anos, quando nenhuma marca chinesa chegou à lista.
Mas gastar muito dinheiro na Copa do Mundo irá ajudar mais empresas chinesas a entrar na lista?
A resposta depende de as empresas chinesas conseguirem cumprir a regra mais importante do buzz marketing: “Ser inovador e desenvolver ofertas exclusivas de produtos”. Essa mercadoria tem de agregar valor único aos consumidores, frente aos produtos concorrentes.
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Isso é o que as empresas dos EUA fizeram durante anos, o que as permitiu superar a concorrência.
A Apple é bom um exemplo disso. A empresa tem sido uma máquina de inovação. Cada produto oferece uma proposta de valor única para os consumidores, por uma razão óbvia: são incorporadas várias vantagens distintas sobre os produtos concorrentes, como facilidade de uso, mais funcionalidade e acesso a soluções complementares, entre outras. O iPod, por exemplo, tinha uma tela maior do que o Zune e era mais apelativo aos olhos do consumidor: o círculo de comandos, em vez de botões, dava acesso a uma biblioteca maior de músicas. Já o primeiro iPhone tinha uma tela maior do que o BlackBerry, um teclado virtual melhor, um mapa de GPS e uma configuração única de Internet, telefone, iPod e ferramentas de calendário.
A mesma lógica se aplica a Microsoft, Google, Facebook, Amazon e Coca-Cola, todos bem ranqueados na lista FORBES das marcas mais valiosas do mundo.
Portanto, gastar muito dinheiro para patrocinar eventos globais como a Copa do Mundo pode dar destaque para os produtos chineses, mas isso não irá durar muito a menos que esses produtos sejam inovadores o suficiente para vencer a concorrência.