A Microsoft anunciou ontem (4) que comprará a plataforma de desenvolvimento de software GitHub por US$ 7,5 bilhões em ações. Com a transação, surgem novos bilionários no Vale do Silício.
VEJA TAMBÉM: Microsoft vai comprar GitHub por US$ 7,5 bi
Com base nas estimativas da FORBES, o cofundador e CEO da GitHub, Chris Wanstrath, receberá até US$ 1,5 bilhão em ações da companhia de Bill Gates. Segundo uma fonte familiarizada com as finanças da empresa, ele é o maior acionista individual da GitHub. Os sócios de Wanstrath, Tom Preston-Werner e PJ Hyett, sairão da negociação com US$ 1,25 bilhão e cerca de US$ 1 bilhão, respectivamente.
Preston-Werner, que deixou a empresa em 2014, não quis comentar sobre a venda. Um representante da GitHub procurado por email também se recusou a falar sobre o assunto. Hyett apenas afirmou que não é um bilionário e não respondeu a mais perguntas.
A GitHub foi fundada em 2008 com o objetivo de facilitar a colaboração entre desenvolvedores de software. Com o tempo, transformou-se em uma das maiores bases de código do mundo. “Mais de 28 milhões de desenvolvedores já colaboram no GitHub”, informou a Microsoft, ao anunciar a aquisição.
“Este não é apenas um marco para os fundadores e parceiros do GitHub”, disse Jim Goetz, sócio da Sequoia Capital e investidor da empresa, em um comunicado que celebra o acordo. “Este é também um momento marcante para todos os desenvolvedores com um teclado nas mãos e uma ideia na cabeça.”
A Sequoia, que com US$ 250 milhões liderou a rodada de financiamento Series B do GitHub, em 2015, é a segunda maior investidora externa. Outro peso-pesado do Vale do Silício, Andreessen Horowitz é o maior. Com pelo menos 13,33% da GitHub, sua participação vale mais de US$ 1 bilhão. A Thrive Capital, cofundada por Josh Kushner (irmão do assessor presidencial Jared Kushner), também é uma acionista significativa. No total, teve um ganho de US$ 350 milhões.
E AINDA: Microsoft apresenta resultado acima do esperado
As notícias de ontem encerram a fase volátil da GitHub. Em 2014, Preston-Werner renunciou ao posto na companhia após uma investigação de assédio. A empresa declarou que “não encontrou provas para apoiar as acusações contra Tom … de assédio, retaliação sexual, de gênero ou de um ambiente de trabalho sexista e hostil”. No entanto, “encontrou evidências de erros e falhas de julgamento”. De sua parte, Preston-Werner negou as acusações.
No ano passado, Wanstrath disse à FORBES que planejava deixar o cargo de CEO assim que conseguisse encontrar um substituto. Após a compra, ele será sucedido por Nat Friedman, vice-presidente da Microsoft, e continuará como parceiro técnico da companhia de Bill Gates.
A expectativa é de que o acordo seja concluído ainda neste ano.