O dólar saltou 2% hoje (27), acima do patamar de R$ 3,85, puxado pela cena externa com elevada aversão ao risco e menor volume de negócios, apesar de o Banco Central ter atuado mais fortemente no mercado cambial.
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A moeda norte-americana avançou 2,04%, a R$ 3,8755 na venda, maior nível desde 7 de junho (R$ 3,9258). Na máxima do dia, chegou a R$ 3,8768.
O dólar futuro subia cerca de 2% no final da tarde.
“A conjuntura atual não nos ajuda em nada. Além de o cenário externo não estar ajudando, não temos nada para comemorar no doméstico”, avaliou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
O dólar subia frente a uma cesta de moedas, já no patamar de 95 nesta sessão, além de se valorizar sobre moedas de países emergentes e exportadores de commodities. Os investidores vêm reagindo com temores de guerra comercial global, sobretudo diante dos Estados Unidos e China.
Também pesavam as expectativas de que as taxas de juros norte-americanas aumentarão ao mesmo tempo em que o Banco Central Europeu (BCE) está retrocedendo no seu plano de subir as taxas.
Internamente, pressionou o mercado a notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandoswki, decidiu que a venda de ações de empresas públicas, sociedades de economia mista ou subsidiárias e controladas exige autorização prévia legislativa sempre que tratar de alienação do controle acionário.
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“O mercado não gosta desse tipo de interferência política… Inibe a entrada de dólares”, afirmou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.
O salto do dólar ocorreu mesmo após o BC voltar com mais força ao mercado neste pregão, ao anunciar até US$ 2,5 bilhões de dólares em leilão de linha, venda de dólares com compromisso de recompra. Vendeu US$ 2,425 bilhões do total, bem mais do que os US$ 500 milhões vendidos da oferta realizada no pregão de segunda-feira (25).
Na sessão passada, não fez leilão de linha e, nesta semana até agora, não fez leilão de novos swaps cambias.
Também realizou leilão de até 8.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda de dólares no futuro, já rolando US$ 8,36 bilhões do total de US$ 8,762 bilhões que vence no mês que vem. Se mantiver e vender esse volume diariamente até o final do mês, fará a rolagem integral.
Durante a tarde, a moeda norte-americana bateu a máxima do dia durante o jogo da seleção do Brasil na Copa, com a liquidez mais baixa impactando mais forte nas cotações.