A NII Holdings contratou o grupo Rothschild para vender o controle da operadora de telefonia celular Nextel no Brasil, afirmaram duas fontes com conhecimento do assunto.
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A empresa independe de finanças foi contratada recentemente para organizar o processo de venda da participação de 70% da NII na Nextel Brasil e ainda não definiu datas para a entrega das ofertas, disse uma das fontes.
Segundo elas, os potenciais interessados na empresa incluem Telefônica Brasil, maior operadora de telefonia celular do país, e Access Industries, que já tem uma participação de 30% na Nextel no país.
NII Holdings, Access Industries e Rothschild não responderam aos pedidos de entrevistas. A Telefônica Brasil não se manifestou.
Se a Access não assumir o controle da Nextel Brasil, a empresa poderá vender sua participação de 30% para o comprador da operadora – se ele quiser.
Há um ano, a NII fez acordo para vender uma participação de controle nas operações brasileiras para a Ice Group Scandinavia Holdings. O grupo norueguês injetou US$ 50 milhões na Nextel Brasil e ficou com uma parcela de 30% na operadora e uma opção de aportar mais US$ 150 milhões para elevar sua parcela para 60%.
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Entretanto, o Ice Group perdeu interesse depois da primeira fase da transação.
A Nextel Brasil tem 3 milhões de assinantes, mas o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização é próximo de zero, disse a primeira fonte.
A NII tem menos urgência para vender a Nextel Brasil agora do que há um ano, afirmou a fonte, porque concluiu uma reestruturação de R$ 2,3 bilhões em dívidas ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e China Development Bank, reduzindo suas necessidades de caixa no curto prazo.
A Nextel no Brasil é a última operação latino-americana da NII depois que a empresa deixou sua atuação no Peru, Chile e México, onde sua unidade foi vendida para a norte-americana AT&T por US$ 1,9 bilhão há três anos.
A Nextel Brasil deve atrair interesse de outras operadoras no país por causa de suas faixas de frequência, que poderiam ser usadas para melhorar serviços e reduzir investimentos em Estados como São Paulo e Rio de Janeiro, disseram as fontes.
Porém, um obstáculo a tal consolidação é o limite legal de espectro, que as maiores operadoras já estão se aproximando em regiões importantes. A agência reguladora Anatel tem avaliado relaxar tais limites, o que poderia acelerar o negócio.