Depois de seis semanas de julgamento e mais de um ano e meio após o anúncio do acordo inicial, um juiz federal aprovou a compra da Time Warner pela AT&T por US$ 85 bilhões. A decisão, que não exige que a companhia de telecomunicações venda ativos da Time Warner, é uma grande perda para o Departamento de Justiça, que embargou a fusão em novembro de 2017, com o argumento de que prejudicaria a concorrência e resultaria em preços mais altos para os consumidores.
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Em outubro de 2016, quando o acordo foi anunciado, Donald Trump, então candidato à Presidência dos EUA, pronunciou-se contra a megafusão e prometeu que sua administração não a permitiria. “A AT&T está comprando a Time Warner e, assim, a CNN, um acordo que não aprovaremos em minha administração porque é muita concentração de poder nas mãos de poucos”, disse na época. O juiz Richard Leon não aceitou esse argumento e afirmou que “o governo não conseguiu mostrar que a fusão provavelmente resultará em uma redução substancial da concorrência”.
Enquanto a AT&T tenha aplaudiu a decisão do tribunal e anunciou que o acordo será fechado na próxima semana, muitos especialistas consideram a decisão inusitada, já que deve abrir caminho para futuras megafusões na indústria de mídia e telecomunicações. A Comcast já entrou em uma guerra de lances com a Disney para adquirir partes da 21st Century Fox, em uma tentativa de combater os ativos de mídia recém-adquiridos da AT&T.
Segundo o site Statista, a receita total da AT&T em 2017 foi de US$ 159,93 bilhões, e a distribuição por segmento foi de 43% em soluções de negócio, 32% entretenimento, 20% mobilidade e 5% de retornos internacionais (serviços de entretenimento na América Latina e de conexão sem fio no México).
Já o rendimento da Times Warner, em 2017, ficou em US$ 32,28 bilhões, divididos em 43% vindos da Warner Bros.; 37%, da Turner; e 20%, da HBO.