Titãs chineses da tecnologia que se preparam para listar nas bolsas de Hong Kong e de Nova York provavelmente enfrentarão uma difícil jornada se as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo persistirem, potencialmente pressionando o valor das ações após um primeiro semestre estelar.
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Embora até agora não tenha havido nenhum impacto significativo da briga comercial EUA-China, com fundos levantados nos mercados de capitais da Ásia-Pacífico em máximas de três anos e IPOs como a da Xiaomi, há indícios de operações menores estão sofrendo.
“O que potenciais emissores de ações podem sofrer no caso da tensão comercial entre os EUA e a China é que os investidores colocaram a guerra comercial entre suas principais preocupações”, disse Ashu Khullar, diretor de mercados de capitais da Ásia-Pacífico no Citigroup.
Nesta semana, a chinesa Qeeka Home, fornecedora de serviços de design de interiores, adiou um IPO de US$ 278 milhões em Hong Kong, enquanto em Nova York, o Uxin, site chinês de vendas de carros usados, reduziu pela metade o tamanho planejado de sua oferta estimada em US$ 225 milhões.
Ambas as mudanças foram devidas a mercados desafiadores, afirmou a IFR, publicação da Thomson Reuters.
“Se a volatilidade continuar a aumentar junto com a deterioração do mercado secundário, é justo supor que negócios menores podem atrair menos demanda devido a preocupações de liquidez”, disse Alex Abagian, chefe do sindicato de capital da Morgan Stanley para Ásia-Pacífico, excluindo Japão.
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O maior índice de ações da Ásia-Pacífico da MSCI fora do Japão caiu cerca de 8% desde o pico de junho, em meio a represálias por parte dos EUA e da China. Mas no geral, os mercados de capital acionário na Ásia têm sido “muito receptivos em termos de emissões… houve um grande número de IPOs muito importantes, bem como grandes transações”, disse Khullar, referindo-se a recentes ofertas de ações.
Empresas e investidores venderam este ano US$ 141,6 bilhões em empresas da Ásia-Pacífico, um aumento de 22% em relação ao ano anterior e o maior desde o primeiro semestre de 2015, segundo dados da Thomson Reuters ECM. Entre as grandes operações recentes está a de US$ 4,3 bilhões da Foxconn Industrial Internet – maior IPO da China continental em quase três anos – e a listagem de US$ 1,2 bilhão da Mercari, um raro unicórnio japonês. As ações saltaram mais de 70 por cento na estreia.
Os investidores estão, por enquanto, mantendo os olhos abertos para as planejadas festas para uma série de grandes unicórnios chineses, startups com avaliação acima de US$ 1 bilhão.
A Xiaomi, gigante do setor de smartphones, captou US$ 4,72 bilhões depois de avaliar seu IPO em Hong Kong, hoje (29), a maior do setor de tecnologia do mundo em quatro anos.
Outros negócios para sair incluem uma operação de cerca de US$ 4 bilhões da Tencent Music, maior serviço de streaming de música da China, e da Meituan Dianping, plataforma online de serviços de entrega de comida a ingressos.
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A China Tower, maior operadora de torres de telefonia do mundo, quer captar até US$ 10 bilhões nos próximos meses.