A timeline do Facebook é hoje uma miscelânea global de textos, fotos e vídeos de temas misturados, desconexos e até antagônicos – bem diferente de sua proposta original, de apresentar os alunos de Harvard uns aos outros (eventualmente serviu também como site de paquera). O Orkut, que existiu de 2004 a 2014 e fez enorme sucesso no Brasil, conectava pessoas com interesses comuns – esportes, novelas, hobbies…
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Essa ideia de mergulhar 24 horas por dia, sete dias por semana em um ambiente dividido por temas específicos não existia nos celulares – até Ben Anderson e Yin Wang fundarem, em 2012, a Amino, uma rede de comunidades para smartphones.
“Conectamos essas pessoas pelos seus interesses”, afirma Anderson, atual CEO da startup, apontando que as conexões das atuais plataformas são baseadas em redes de contato já existentes, como família, amigos e colegas de trabalho. Na Amino, os usuários frequentam as comunidades com as quais se identificam. Em quase dois anos, o número de comunidades saltou de 90 para mais de 1 milhão, com destaque para as que falam sobre games, estilo de vida e música.
O principal público consumidor são jovens entre 14 e 24 anos, que passam mais tempo na Amino que em qualquer outra rede social. Esse perfil de usuário atraiu os olhares de gigantes como a Time Warner (proprietária da HBO, do Cartoon Network e da CNN, entre outros) e do fundo de venture capital do Google (GV), que injetaram US$ 19 milhões na plataforma em uma rodada de investimento em 2016. Os investidores acreditam que, embora não tenham renda para consumir, esses jovens definem o que vai ser tendência, especialmente em tecnologia.
Pegou no Brasil
“A plataforma foi tão bem aceita no Brasil porque algumas pessoas se identificaram com a experiência passada com o Orkut”, explica Louise Peres, gerente de marketing da Amino para a América Latina – o país já é o segundo maior em audiência, atrás apenas dos EUA (a plataforma não revela números). A Amino está disponível para iOS e Android, e mantém comunidades em inglês, espanhol, português, russo, árabe, francês e alemão.
Reportagem publicada na edição 58, lançada em abril de 2018