A greve dos caminhoneiros de maio no Brasil fez o lucro da CCR encolher mais do que a metade no segundo trimestre, em meio à queda no tráfego das rodovias administradas pela empresa e aos efeitos subsequentes da isenção da cobrança de eixos suspensos.
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A operadora de concessões de infraestrutura, incluindo rodovias, aeroportos e estruturas de mobilidade urbana, anunciou hoje (14) que seu lucro líquido no período somou R$ 277,7 milhões, queda de 58,4% contra um ano antes.
Em termos ajustados, sem a inclusão de novos negócios e efeitos não recorrentes, o lucro somou R$ 300,9 milhões, retração de 5,2% ano a ano.
No segundo trimestre do ano passado, o resultado da empresa tinha sido fortemente fortalecido por receitas extras após a compra de participações nas concessionárias ViaQuatro e ViaRio.
Mesmo com a queda de 5,5% do tráfego das rodovias de abril a junho, a receita líquida da CCR teve alta anual de 1,7%. No entanto, o resultado operacional da companhia no período medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 1,07 bilhão, declínio de 34,3% contra um ano antes.
Ajustando por efeitos extraordinários, o Ebitda cresceu 1%, para R$ 1,09 bilhão. A margem Ebitda nesta medição diminuiu 0,4%, para 58,3%.
Segundo o gerente de relações com investidores da CCR, Marcus Macedo, só a isenção da cobrança de eixo suspenso de caminhões vazios, na virada de maio para junho, reduziu a receita da companhia em R$ 25,9 milhões no trimestre.
De acordo com o executivo, a compensação desses valores está sendo negociada com governos donos das concessões das rodovias para as quais a isenção foi decidida, por isso ainda esses valores não foram contabilizados.
A CCR fechou junho com uma alavancagem financeira medida pela relação entre dívida líquida sobre Ebitda de 2,7 vezes, nível superior ao índice de 1,8 vez um ano antes.