As condições de crédito para as empresas brasileiras estão mostrando sinais de melhora, enquanto o país emerge de sua mais profunda recessão econômica da história, mas a incerteza econômica persiste antes das eleições presidenciais de outubro, disse a agência de classificação de risco Moody’s Investors Service em um relatório divulgado hoje (13).
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A moeda fraca do país deve pressionar os preços, embora a inflação e as taxas de juros devam permanecer em mínimas históricas, segundo o relatório.
Para o vice-presidente sênior da Moody’s, Erick Rodrigues, “os indicadores de crédito corporativo permanecerão sólidos para a maioria dos exportadores, mas melhorarão muito modestamente para os setores locais em 2018-2019, em meio à lenta recuperação econômica, incerteza política e confiança neutra do consumidor”.
A agência disse que a Petrobras deve continuar focando na redução da dívida e no fortalecimento de seu desempenho operacional, enquanto os preços do minério de ferro devem se manter estáveis, com a Vale melhorando a qualidade da produção e os custos.
“O aumento da produção e da redução da dívida da Vale é um bom presságio para um ano mais forte em 2019”, disse a Moody’s.
Já a recuperação do setor siderúrgico vai continuar lenta, com os preços mais altos contrabalançando a demanda mais fraca no segundo semestre deste ano.
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A Moody’s também vê preços firmes de celulose, que devem melhorar o fluxo de caixa da Suzano Papel e Celulose e da Fibria Celulose, e vê o dólar mais forte impulsionando a receita de exportação das processadores de carnes BRF, JBS, Marfrig e Minerva, embora o setor de aves ainda deva sentir em 2018 a compressão das margens e perdas devido à greve dos caminhoneiros.
Para o setor de construção, contudo, a Moody’s vê uma recuperação apenas em 2019. “Essa recuperação dependerá dos resultados gerais das eleições e das perspectivas macroeconômicas do Brasil”, acrescentou.