Matt Fiedler, de 30 anos, transformou sua empresa de música em um negócio multimilionário em cinco anos.
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A Vinyl Me, Please vende US$ 10,4 milhões em discos de vinil por ano. Seu sucesso subverte a sabedoria convencional de que álbuns, LPs e clubes de discos retrô estão sendo mortos por playlists digitais patrocinadas e streaming. O CEO diz que sua empresa é agora considerada a terceira maior distribuidora de vinil nos Estados Unidos.
“Nós entramos na lista Inc. 5000 como uma das 5 mil empresas que mais crescem nos EUA”, diz ele. “Ocupamos o 342º lugar, com uma taxa de crescimento de cerca de 1.400% em três anos. Obviamente não vamos manter esse índice, mas estamos calculando uma taxa real de crescimento entre 30% e 40% no momento.”
A empresa com sede em Denver é um esforço coletivo de cerca de 25 pessoas trabalhando em tempo integral. Ela faz uma cuidadosa curadoria para reeditar coisas que vão do tradicional hip hop, como “Ready To Die”, do Notorious B.I.G., a obscuros funks e clássicos como “Nina Simone Sings The Blues” ou “The Voice Of Frank Sinatra”. Os álbuns passam por um processo de remasterização e ganham uma embalagem que tornam a sua versão única. “As pessoas estão preparadas para pagar um pouco mais por um produto premium”, diz Fiedler.
O lançamento em vinil do álbum de 2005 “Z”, de My Morning Jacket, teve o controle artístico completo de seu vocalista e guitarrista, Jim James. O mesmo aconteceu com o cantora e compositora canadense Feist, diz Fiedler. “Foi o 15º aniversário de seu álbum de 2004, ‘Let It Die’. As prensagens originais estavam indo de US$ 100 a US$ 150 na Discogs, então havia uma demanda bastante alta no mercado paralelo. É um álbum incrível do começo ao fim e Feist estava super envolvida em cada detalhe do produto.” Ela supervisionou todas as remasterizações, as anotações, novas artes, encontrou fotos antigas para o encarte e até escolheu a cor da transparência do vinil. Já o relançamento do álbum de estreia do Arctic Monkeys, “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, de 2006, foi feito em uma cor de fumaça de cigarro para fazer referência à capa.
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“‘Demon Days’, do Gorillaz (2005), vendeu mais rápido do que qualquer projeto de reedição no qual trabalhamos via assinatura”, conta o diretor de música e marca da Vinyl Me, Please, Cam Schaefer. “Outro que me vem à mente é a edição limitada de 300 discos do ‘Venice’, de Anderson Paak (2014), em vinil rosa choque que esgotou em menos de cinco minutos.”
Schaefer e Fiedler dizem que os álbuns escolhidos devem ser atemporais, com algum significado ou contexto mais profundo, e podem ser feitos de maneira única. “Meu pai tocava guitarra em uma banda, então eu vivia nesse meio”, conta Fiedler. “Ele tinha uma enorme coleção de discos e um gravador de CD. E me pagou para colocar os LPs em formato de CD. Eu escutei ambos os formatos ao mesmo tempo e passei a estudar o negócio da música.”
Ele então conversou com o amigo e depois cofundador da empresa Tyler Barstow e eles perceberam que as pessoas nem sempre sabem por onde começar com os discos. “Tivemos uma ideia desmiolada de criar uma comunidade e construir uma conversa em torno dela. Tome a ideia de um clube de gravação e leve-a para a geração atual. Nossas aspirações eram pequenas naquela época, não esperávamos que isso se tornasse um trabalho em tempo integral. Eu nunca poderia ter escrito um plano de negócios ou sequer lhe dito qual era o nosso plano. Agora estamos enviando de 40 mil a 45 mil unidades por mês, via modelo de assinatura, e outras 10 mil ou 20 mil unidades extras”, conta Fiedler. A empresa vendeu, recentemente, seu milionésimo álbum e tem clientes em 40 países. A Vinyl Me, Please não distribui para os varejistas, embora alguns de seus produtos sejam ocasionalmente vendidos por assinantes.
Cerca de 71% desses assinantes optam pelo pacote Essentials, que tem um custo de US$ 29 por mês em troca de um LP de gêneros e épocas diversas e extras, como impressões de artes. Os outros pacotes de assinatura são Classics – o melhor do soul, blues e jazz – e Rap & Hip Hop. Todos os membros do site têm acesso a uma loja online para comprar cópias em estoque. O perfil demográfico dos clientes varia de novatos do vinil, no começo de seus 20 anos, e Millennials até compradores experientes com mais de 40 anos.
“Não importa se você tem dois álbuns ou 500”, diz Fiedler. “Você provavelmente se preocupa profundamente com música, vai a shows, compra produtos de bandas e pode construir uma coleção incrível rapidamente.”