A compra da Red Hat pela IBM em um negócio de US$ 34 bilhões fez com que as ações da produtora de software dispararem 50% hoje (29), refletindo o enorme prêmio que a IBM está pagando para afastar quaisquer potenciais concorrentes.
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A US$ 175, as ações da Red Hat ainda são negociadas em torno de US$ 15 a menos do preço de US$ 190 acordado pelas duas empresas no anúncio de ontem (28), e analistas disseram que isso indicava algum nervosismo entre os investidores sobre as chances de realização do acordo.
A taxa de desistência da operação, que estaria entre as maiores já registradas no setor de tecnologia, ainda não foi anunciada, mas impede a Red Hat de flertar com outros compradores.
As ações da IBM caíam cerca de 5% com a notícia do negócio, uma sugestão de que os investidores estavam preocupados com o fato de que, com 10 vezes as vendas projetadas em 2019, a empresa havia pago um valor muito alto pelo negócio.
A presidente-executiva da IBM, Ginni Rometty, disse à CNBC em entrevista concedida hoje que ela sentiu que o acordo foi feito pelo preço certo. “Este é um preço muito justo. O presidente-executivo da Red Hat, Jim Whitehurst, construiu uma grande empresa que, ao contrário de outras, tem alto crescimento, alto lucro e caixa, e essas são coisas importantes para nossos investidores.”
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Analistas da Stifel disseram em nota que “Google, Amazon e Microsoft (e potencialmente Oracle) têm as motivações estratégicas e os recursos financeiros para consumar tal transação e não ficaríamos surpresos se um deles fizer uma oferta concorrente”.
NUVEM HÍBRIDA
Rometty disse à Reuters ontem que o crescente uso de serviços de computação em nuvem de vários provedores foi a força motriz por trás do acordo, juntamente com o surgimento da chamada nuvem híbrida, na qual as empresas executam alguns de seus softwares em seus próprios centros de dados e outros elementos em centrais de processamento gerenciadas por empresas como IBM, Amazon Web Services ou Google.
Ao comprar a Red Hat, a IBM terá montado uma divisão de computação em nuvem que inclui servidores físicos, seu próprio sistema operacional e aplicativos como software de recursos humanos.
Mas a entidade combinada também venderá softwares que rodam no próprio hardware dos clientes e em outras centrais de dados. Isso a colocará em concorrência direta com empresas como a Microsoft, que tem um portfólio semelhante de serviços de software e de processamento de dados.