A operadora brasileira de meios de pagamento Stone entrou hoje (16) com um pedido de oferta pública inicial de ações (IPO) na Nasdaq, em uma operação que pode levantar até US$ 1,1 bilhão e atrair o conglomerado do investidor bilionário Warren Buffett, a Berkshire Hathaway.
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A BH e alguns dos atuais acionistas da Stone manifestaram interesse de comprar até quase metade das 47,7 milhões de ações que serão oferecidas no IPO, segundo o prospecto da operação.
Os coordenadores da iniciativa definiram os preços da operação entre US$ 21 e US$ 23 por ação, o que pode permitir à Stone atingir um valor de mercado de até US$ 6,2 bilhões em sua estreia na Nasdaq.
Outros acionistas da Stone incluem a empresa de investimentos dos bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, a 3G Capital, que já fez parceria com a Berkshire Hathaway na compra do controle da gigante norte-americana de alimentos Kraft Heinz.
Individualmente, a BH poderá comprar até 13,7 milhões de ações no IPO, ampliando a carteira de Buffett em companhias de meios de pagamento, que inclui ações da American Express. Em agosto, Buffett também revelou participação na emissora de cartões de crédito Synchrony Financial.
A Madrone Capital Partners, uma empresa norte-americana de investimentos que administra parte da fortuna da família Walton, fundadora do Walmart, e outros atuais acionistas também poderão comprar outras 9,5 milhões de ações na oferta, segundo o prospecto.
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O envolvimento de grandes investidores internacionais sinaliza o potencial de crescimento do mercado de meios de pagamento no Brasil, onde dois terços do consumo das famílias é pago ainda em dinheiro. Em 2017, os pagamentos com cartões totalizaram R$ 1,36 trilhão, segundo a entidade que representa o setor, Abecs.
Tanto a Stone quanto alguns de seus acionistas, incluindo os fundadores André Street e Eduardo Pontes, venderão uma pequena porção de suas ações na oferta.
O IPO vai levantar US$ 950 milhões para a Stone, recursos que poderão ser usados para compra de empresas ou investimento em produtos e tecnologias complementares. Os acionistas receberão o restante vinculado à oferta secundária da operação.
A Stone tem 200.600 clientes ativos e teve lucro líquido de R$ 87,7 milhões no primeiro semestre deste ano. A receita total somou R$ 636 milhões. Fundada em 2012, a empresa tem crescido em um mercado que já foi marcado pelo duopólio formado por Cielo, de Banco do Brasil e Bradesco; e Rede, controlada pelo Itaú Unibanco. Após mudanças na regulação do setor, ambas as empresas perderam exclusividade no processamento de cartões com as bandeiras Visa e MasterCard no Brasil e começaram a perder mercado para novos competidores.
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O PagSeguro, que listou ações na bolsa de Nova York em janeiro, é outra entrante no mercado de meios de pagamento do Brasil.
O IPO da Stone é coordenado por Goldman Sachs, J.P. Morgan, Citigroup, Itaú BBA, Credit Suisse, Morgan Stanley, Bank of America Merrill Lynch e BTG Pactual.