O dólar opera em queda ante o real na manhã de hoje (26), com duas novas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República reveladas nesta sexta-feira relativizando os números do Datafolha da véspera, que mostraram distância menor entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
LEIA MAIS: Dólar termina dia em baixa ante real
Com a expectativa de vitória de Bolsonaro – candidato favorito dos mercados – os investidores deixavam em segundo plano o cenário externo, que amanheceu com maior aversão ao risco e contou ainda com dados mais firmes do que o previsto da economia norte-americana, sustentando o avanço do dólar ante outras divisas.
Às 11h02, o dólar recuava 0,73%, a R$ 3,6763 na venda, depois de encerrar na véspera em queda de 1,15%, a R$ 3,7033. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,62%.
“O mercado acredita que não dá tempo de Haddad tirar a quantidade de votos necessária para vencer”, comentou o economista-chefe do Banco Confidence, Robério Costa, ao destacar que a pesquisa Datafolha, entretanto, pesou negativamente no início do negócios, quando o dólar chegou a subir. Os levantamentos XP/Ipespe e Crusoé/Empiricus/Paraná, divulgados nesta manhã, contudo, mostraram números melhores para Bolsonaro, levando uma reversão do movimento.
Segundo o Datafolha, a distância entre Bolsonaro e Haddad caiu 6% em uma semana, para 12%. Além disso, a rejeição a Bolsonaro variou para 44%, de 41%, enquanto a de Haddad oscilou para 52%, de 54%.
O levantamento XP/Ipespe manteve distância de 16% entre ambos, enquanto a Crusoé/Empiricus/Paraná também manteve praticamente inalterada a distância de 21%.
VEJA TAMBÉM: Dólar recua ante real com alívio externo
No exterior, o dólar subia com a aversão ao risco voltando a predominar nesta sessão, após balanços mais fracos da véspera nos Estados Unidos, e com preocupações com questões como o orçamento italiano, Brexit e crescimento da China. “Tem vários focos de tensão no mundo”, disse Costa, acrescentando que “é de se esperar uma volatilidade muito grande”. “O mercado está muito sensível”, concluiu.
Os números do PIB norte-americano do terceiro trimestre vieram mais fortes do que o previsto, mostrando que a maior economia do mundo continua pujante e levando o dólar a ampliar a alta ante uma cesta de moedas.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de US$ 8,027 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.