O dólar operava com leves oscilações ante o real nesta quinta-feira após três sessões seguidas de queda, à espera da pesquisa Datafolha de intenção de votos e com o otimismo em torno de um resultado favorável aos olhos do mercado nas eleições presidenciais impedindo uma correção. Às 10h35, a moeda norte-americana avançava 0,20%, a R$ 3,6897 na venda, depois de fechar na véspera no menor valor em quase cinco meses, a R$ 3,6822. No mês até a véspera, o dólar acumula queda de 8,79%. Na mínima desta sessão, a moeda foi a R$ 3,6734 e, na máxima, a R$ 3,6947. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,30%.
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“A tendência segue sendo de baixa com a eleição como catalisador, mesmo o mercado já tendo precificado bem as pesquisas”, disse o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado, explicando a dificuldade do dólar em passar por uma correção. “Naturalmente, sempre fica algum hedge montado para qualquer efeito surpresa”, acrescentou.
Na véspera, fluxo de recursos ajudou o dólar a furar o piso de R$ 3,70, mas operadores avaliam que transpor R$ 3,65, considerado outro suporte forte, será um pouco mais difícil.
A percepção é de que um patamar mais baixo para o dólar daqui para a frente será alcançado com o andamento de uma agenda reformista no governo. Para o mercado, o candidato a presidente com mais chances de implementar essa agenda seria Jair Bolsonaro (PSL), devido principalmente à sua escolha de Paulo Guedes como principal assessor econômico. Assim, as expectativas permanecem elevadas para os números do Datafolha desta noite, para ver se ratificam a ampla vantagem de Bolsonaro para Fernando Haddad (PT) mostrada em outros levantamentos.
“Por mais que a vantagem de Bolsonaro siga confortável, investidores devem ajustar portfólios a cada novo estudo. Mas na prática os movimentos já começam a refletir expectativas com políticas futuras do iminente governo do PSL, com foco nos temas privatização e ajuste fiscal”, acrescentou Alessie Machado.
No exterior, o dólar registrava leves oscilações ante a cesta de moedas, e operava misto ante as divisas emergentes, em queda ante o peso chileno e alta ante o peso mexicano.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de US$ 8,027 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.