A IBM anunciou sua intenção de adquirir a Red Hat, uma jogada impressionante que representa mais do que a aposta de US$ 34 bilhões na nuvem open source. A CEO da IBM, Ginni Rometty, na manhã seguinte ao anúncio, usou essas palavras:
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“Esta é uma virada de jogo.”
“É sobre redefinir o cenário da nuvem”.
“Seremos o líder número 1 em nuvem híbrida”.
“Estamos construindo nosso negócio para este momento.”
“Isso vai levantar toda a IBM.”
Quando Ginni diz que a IBM vem construindo seus negócios para este momento e que adquirir uma empresa de software de código aberto erguerá toda a companhia, pode-se concluir que há uma nova visão para o futuro da empresa. Mas pagar o equivalente um quinto da avaliação da IBM na Red Hat estabelecem a base para outra transformação da companhia?
A aquisição da Red Hat pela IBM pode ser comparada ao acordo EMC/VMware. A EMC comprou a VMware por cerca de US$ 350 milhões porque viu o enorme potencial na virtualização da infraestrutura x86, que era melhor do que qualquer outra na época, incluindo a IBM que inventou o conceito de virtualização em seus mainframes.
A virtualização agora é preferida pelos desenvolvedores de aplicativos em nuvem em relação às VMs do VMware, por simplicidade, portabilidade e menor custo. A Red Hat está na vanguarda com o OpenShift, plataforma profundamente enraizada no open source, mas que pode apresentar alguns problemas.
Open Source
Open Source é uma maneira de desenvolver tecnologia sem limitações próprias. Mas também é uma proposta de negócios, uma maneira de apresentar e consumir tecnologia. A IBM historicamente adotou tecnologias de código aberto. Ela desempenhou um papel significativo em tornar o Linux um sistema operacional padrão corporativo. E continua com participação ativa em várias comunidades de open source. No entanto, o movimento de código aberto também foi fundado na esperança de liberar a computação da hegemonia de grandes fornecedores dominantes, com práticas comerciais proprietárias. Os clientes e parceiros de negócios da Red Hat estão cientes desse aspecto do open source e irão avaliar se a IBM defenderá o desenvolvimento de produtos e serviços que usam um modelo de negócios aberto e colaborativo.
Um ponto de inflexão
Ginni chamou a aquisição da Red Hat de “um ponto de inflexão”. Na verdade, essa aquisição é um divisor de águas na história da computação empresarial. A IBM paga um quinto de seu valor por uma empresa que deve suas origens ao revolucionário código aberto. Isso é algo que aponta ainda mais na direção em que a TI corporativa se move. E os US$ 34 bilhões provam que a IBM deve estar razoavelmente certa de que a Red Hat os levará até esse ponto de inflexão.