A Petrobras está negociando a venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, com a norte-americana Chevron, de acordo com três fontes com o conhecimento do assunto.
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Uma das fontes indicou que estão avançadas as negociações para a venda do ativo, que esteve no foco das investigações da operação Lava Jato sobre corrupção envolvendo a estatal brasileira.
A negociação ocorre no momento em que companhias de petróleo dos EUA estão buscando expandir as operações de refino para absorver os grandes volumes de petróleo de “shale” que estão sendo extraídos no país.
Segundo uma fonte da indústria de petróleo nos EUA, a companhia norte-americana “está muito perto de adquirir Pasadena”, refinaria com capacidade de processamento de 110 mil barris por dia.
No Brasil, uma segunda fonte com conhecimento da situação, que também pediu para não ser identificada, confirmou as negociações com a Chevron. “Pode ser sim, Pasadena pode ser vendida [para a Chevron]. Há conversas em andamento, e só posso dizer isso”, disse.
O processo de venda de Pasadena – cuja compra pela Petrobras teria causado prejuízo para a estatal de mais de US$ 500 milhões, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) – foi iniciado em fevereiro deste ano.
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Em maio, a Petrobras iniciou a fase vinculante do processo de venda do ativo, em que interessados habilitados em uma fase anterior da negociação recebem cartas-convite com instruções detalhadas e orientações para realização de due dilligence.
Depois disso, a estatal não divulgou mais informações sobre o processo de venda.
Procuradas hoje (25), a Petrobras e a Chevron não comentaram o assunto.
Quando anunciou a venda de Pasadena, a Petrobras afirmou que o negócio incluiria todo o sistema de operações de refino, tanques com capacidade de armazenamento de 5,1 milhões de barris de petróleo e derivados, terminal marítimo e estoques associados.
Há alguns anos, a Petrobras reconheceu, por conta dos problemas de corrupção, baixas contábeis de US$ 530 milhões relacionadas a ajustes no valor percebido da refinaria, em um caso que atingiu também a ex-presidente Dilma Rousseff, que na época da compra da refinaria era a presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
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Em 2014, quando questionada sobre os problemas na aquisição de Pasadena, a então presidente Dilma afirmou que recebeu informações incompletas das diretorias da Petrobras responsáveis pela negociação, que a induziram a aprovar o negócio, segundo ela.
Na época da compra de Pasadena, Dilma também era ministra da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao todo, a Petrobras pagou cerca de US$ 1,2 bilhão por Pasadena, em negócio que envolveu inicialmente 50% do ativo, por US$ 360 milhões, em 2005.
Após uma disputa em uma câmara de arbitragem com a sócia Astra Oil, a petroleira brasileira foi obrigada a desembolsar milhões de dólares adicionais pela outra metade do ativo.