A Vietjet, maior companhia aérea privada do Vietnã, fechou um acordo de US$ 6,5 bilhões no último dia 2 de novembro para comprar 50 jatos Airbus A321neo. A decisão foi assinada em Hanói por Nguyen Thi Phuong Thao, fundadora e CEO da Vietjet, e Christian Scherer, diretor comercial da Airbus.
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Os primeiros-ministros da França e do Vietnã testemunharam a assinatura. A Vietjet assinou um memorando de entendimento para o pedido em julho, no Farnborough International Airshow, evento do setor realizado no Reino Unido. A compra eleva o total de pedidos da família A320 para 171 unidades, das quais 46 já foram entregues.
“O A321neo, mais eficiente do ponto de vista de consumo de combustível, vai nos permitir aumentar a capacidade, assim como nos ajudar a expandir significativamente a rede, especialmente em rotas internacionais”, disse Nguyen, em um comunicado à imprensa.
Nguyen, de 48 anos, é uma das empresárias mais bem-sucedidas do mundo e a única bilionária mulher em todo o sudeste da Ásia. Ela lançou a companhia aérea em 2011, fazendo um grande sucesso desde o início com anúncios de comissárias de bordo de biquíni. A companhia aérea foi multada em US$ 1 mil em 2012 por apresentar um desfile de moda praia em um de seus voos domésticos, sem autorização das autoridades. Em resposta às críticas, Nguyen disse que era sua maneira de trazer alegria aos clientes e promover a liberdade de escolha – todos deveriam ser capazes de usar o que quisessem, se isso os fizesse felizes. O mais recente show de biquíni foi durante um voo em janeiro, que recebeu a equipe nacional de futebol de volta de um jogo no exterior, provocando mais uma rodada de indignação pública.
Nguyen tornou o capital da empresa público no início de 2017, após um processo de planejamento de mais de 800 dias – disse ela, em uma entrevista à FORBES Vietnã naquele ano. Ela estreou na lista dos bilionários do mundo no mesmo ano, logo após a oferta pública inicial (IPO). Atualmente, seu patrimônio líquido é estimado pela FORBES em US$ 2,7 bilhões.
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A companhia, que registrou receita de US$ 1,8 bilhão em 2017 e lucro líquido de quase US$ 200 milhões, oferece atualmente mais de 300 voos por dia, com 101 rotas domésticas e regionais – quase o dobro do volume do início do ano passado. Cerca de 30% dos 17 milhões de clientes da Vietjet eram de primeira viagem, disse Nguyen, explicando que eles experimentam os voos da empresa por causa dos preços mais baixos. Uma passagem de ida e volta de Hanói para a Cidade de Ho Chi Minh custa cerca de US$ 140, enquanto o mesmo trecho pela Vietnam Airlines, a companhiaaérea nacional, custa US$ 260.
A executiva estudou economia e finanças na Rússia Soviética nos anos 1980. Ela teve a ideia de criar uma companhia aérea de baixo custo enquanto trabalhava como trader de commodities. Nguyen é uma entre os quatro bilionários vietnamitas listados pela FORBES – país onde menos de 20% dos membros da diretoria de empresas são mulheres, de acordo com um relatório de 2017 da Deloitte.
“Eu ainda não estou acostumada a ser chamada de bilionária porque, em quase 30 anos fazendo negócios, nunca contei quanto dinheiro eu tenho, nem estabeleci uma meta para me tornar uma”, comentou Nguyen. “Eu cresci sem ter que me preocupar com dinheiro, então ganhá-lo nunca foi meu objetivo.” Ela pretende continuar expandindo as rotas da Vietjet e pensa até em listar ações no exterior no futuro – o que faria da empresa a primeira do Vietnã a fazer isso.