A administradora de shopping centers Iguatemi teve lucro líquido de R$ 65,6 milhões no terceiro trimestre, superando em 23,6% o resultado apurado um ano antes, apoiada no avanço das receitas em meio à redução dos descontos sobre aluguel cobrado de lojistas e ao fortalecimento das vendas nos empreendimentos, além de menos despesas.
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“O cenário econômico já está melhorando e o terceiro trimestre mostrou bastante isso”, disse à Reuters a diretora financeira do grupo, Cristina Betts, acrescentando que os esforços dos últimos anos para aprimorar o mix de lojas dos empreendimentos já repercutem nos resultados.
Entre julho e setembro, as vendas cresceram 4,8% no conceito mesmas áreas, e 2,9% em mesmas lojas sobre um ano antes. Já os aluguéis tiveram altas de 5,3% e 1,8%, respectivamente, com a redução dos descontos aos lojistas.
Com isso, a receita líquida aumentou 4,6% ante o terceiro trimestre do ano passado, para R$ 177,6 milhões. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 5,5%, para R$ 141,2 milhões, com margem de 79,5%.
Betts destacou que a Iguatemi deve continuar reajustando os preços de locação de lojas nos próximos meses, possivelmente zerando os descontos até o fim de 2019. “Ainda estamos um pouco longe de zerar os descontos, mas vendas mesmas lojas vieram muito boas e mostram espaço para pensar nessas reduções”, disse.
Para o quarto trimestre, a executiva cita uma perspectiva positiva, com melhores índices de confiança e menos incertezas após o desfecho eleitoral favorecendo o fluxo de visitas e vendas em shopping, em um período já marcado por duas das datas mais importantes para o varejo.
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“A Black Friday começou no e-commerce e se espalhou para o varejo como um todo. Nossos lojistas estão aprendendo a usar datas de forma mais inteligente, com promoções que não canibalizam o Natal e maximizam as vendas do trimestre”, afirmou Cristina.
Questionada sobre o lançamento de novos empreendimentos, a diretora financeira destacou que a companhia estará focada no próximo ano em melhorar a rentabilidade de ativos existentes, mas não descarta expansões ou aquisição de mais participação em shoppings em que é minoritária.
Um dos mais recentes projetos do grupo, o I Fashion Outlet Santa Catarina, tem inauguração prevista para dezembro. Ainda segundo Cristina, o Iguatemi não tem planos de internacionalização dos negócios no médio prazo e vê a nova plataforma de comércio eletrônico como importante avenida de crescimento nos próximos anos.
Ao fim de setembro, a companhia acumulava dívida total de R$ 2,16 bilhões, com prazo médio de 4,5 anos. A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda era de 2,84 vezes, estável sobre o segundo trimestre.
Em 2018, as ações do Iguatemi acumulam baixa de pouco mais de 2%.