Olga Pontes, responsável pela área de compliance da Odebrecht, disse ontem (27) que o conglomerado negocia com a Argentina e está perto de fechar um acordo de leniência no país. “Estamos na mesa de negociações com autoridades na Argentina”, afirmou Olga Pontes. “Um acordo está próximo, mas nada ainda foi finalizado.”
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A Odebrecht está no centro das investigações da operação Lava Jato, que, segundo promotores dos Estados Unidos, é o maior esquema de corrupção política já desvendado. O esquema envolve o pagamento de bilhões de dólares em propinas, a maior parte para executivos da Petrobras, políticos e partidos políticos em troca de contratos lucrativos. Mais de 130 políticos e empresários já foram condenados como parte do caso, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No ano passado, promotores do Brasil e da Argentina acusaram setores dos governos dos dois países de tentar bloquear a cooperação judicial para assim proteger políticos na Argentina, que, segundo a Odebrecht, eram cúmplices no esquema de propinas. Mas o Congresso da Argentina aprovou uma lei anticorrupção em novembro passado que permite acordos de leniência e outros mecanismos legais para combater o crime. O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse que as medidas são necessárias para avançar com as investigações sobre a Odebrecht.
No ano passado, a Argentina proibiu a empresa de fazer ofertas por contratos de obras públicas por 12 meses. Em agosto, promotores argentinos tiveram acesso a um conjunto de confissões que executivos da Odebrecht deram à Justiça brasileira sobre corrupção praticada na América Latina, Estados Unidos e África.
Olga também disse que a empresa concluiu acordos de leniência em outros países, mas eles não ainda não foram anunciados uma vez que ainda estão sob sigilo. No mês passado, a Odebrecht ofereceu US$ 18 milhões ao México, além de informações sobre corrupção no país, se o país prometesse desistir de outras multas contra a empresa e suspendesse a proibição para assinaturas de novos contratos com o governo. As autoridades mexicanas rejeitaram a proposta.
Promotores brasileiros só vão entregar as confissões de quase 80 executivos da Odebrecht dadas nos últimos dois anos se outros países se comprometerem a não processar os executivos. Proteção contra processo criminal faz parte do acordo recorde de R$ 6,9 bilhões que a Odebrecht assinou dois anos atrás com promotores dos Estados Unidos, Brasil e Suíça.
Na segunda-feira, um promotor no Peru afirmou que o país estava perto de assinar um acordo de leniência com a empresa.