O grupo de telecomunicações em recuperação judicial Oi teve prejuízo líquido de R$ 1,335 bilhão no terceiro trimestre, cerca de 25 vezes maior que o prejuízo de R$ 19 milhões de um ano antes, reflexo do forte resultado financeiro negativo e piora operacional.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, ou de rotina, somou R$ 1,459 bilhão, queda de 9,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda ajustada, na mesma comparação, caiu 0,3%, para 26,6%.
A receita líquida total recuou 8,1%, para R$ 5,481 bilhões, com o desempenho no Brasil registrando queda de 8,2% na mesma comparação. De acordo com a empresa, o recuo da receita na comparação anual reflete o impacto do reajuste das tarifas concedido em julho de 2017, mas que a tendência é de melhora na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao segundo trimestre, a receita líquida total da Oi recuou 1,2%.
“A comparação sequencial mostra uma melhoria de tendência, com desaceleração de queda, principalmente em função da boa performance da mobilidade, que apresentou o maior crescimento sequencial de receita líquida de clientes do mercado”, disse a Oi.
Os custos e as despesas operacionais recuaram 7,7%, para R$ 4,022 bilhões. A Oi destacou que considerando a inflação em 12 meses de 4,5%, as despesas recuaram 11,9% em termos reais ante o terceiro trimestre de 2017.
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O resultado financeiro consolidado ficou negativo em R$ 1,455 bilhão, ante resultado positivo de R$ 17 milhões no terceiro trimestre de 2017 e resultado negativo de R$ 1,199 bilhão no segundo trimestre.
A Oi explicou que a piora na base anual decorre de receitas financeiras contabilizadas no terceiro trimestre de 2017, quando o item ‘resultado cambial líquido’ ficou positivo em R$ 857 milhões devido à valorização do real ante o dólar, contra resultado negativo neste ano de R$ 279 milhões.
No terceiro trimestre, os investimentos (capex) consolidados, considerando as operações internacionais, totalizaram R$ 1,526 bilhão, alta de 13,4% na comparação anual. As operações brasileiras apresentaram um capex de R$ 1,5 bilhão – alta de 12,2% ante o terceiro trimestre de 2017.
A empresa encerrou o trimestre com caixa de R$ 5,161 bilhões e uma dívida líquida de R$ 10,976 bilhões. A dívida recuou 75,1% em relação a igual intervalo do ano passado, em consequência da conclusão do processo de recuperação judicial, mas subiu 9,5% frente ao segundo semestre de 2018.
De acordo com a operadora, a evolução da dívida líquida é decorrente, principalmente, do aumento da dívida bruta no período. “Vale ressaltar que no terceiro trimestre de 2018 a companhia iniciou os pagamentos de credores trabalhistas, em linha com o estabelecido no plano de recuperação judicial, tendo sido pagos o total de R$ 70 milhões no período.”