A operadora de modais de logística Rumo teve lucro de RR 229 milhões de julho a setembro, o primeiro resultado trimestral positivo em 2018, o suficiente para levar o acumulado do ano para o azul, apoiada em evolução operacional e na forte queda do custo da dívida.
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O lucro apresentado hoje (8) pela empresa de ferrovias e terminais portuários é quase o triplo do obtido em igual etapa de 2017. Com isso, no acumulado de 2018 que era negativo até junho, passou a lucro de R$ 135,8 milhões, ante prejuízo de R$ 201,1 milhões contra mesmo intervalo do ano anterior.
Com a manutenção do cenário recente de controle de despesas aliado a receitas crescentes, a Rumo caminha para ter no acumulado de 2018 o primeiro lucro anual em cinco anos.
“Se a briga comercial internacional não prejudicar, continuaremos tendo bons resultados nos próximos trimestres”, disse à Reuters o presidente-executivo da Rumo, Julio Fontana Neto.
O volume transportado pela companhia cresceu 15% na comparação anual, para 16,1 bilhões de toneladas equivalentes (TKU), apoiado sobretudo na safra recorde de soja.
Isso, combinado com a alta de 3,1% da tarifa média do transporte, conduziu a receita líquida da Rumo a um aumento de 13,8% ano a ano, para R$ 1,877 bilhão.
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Esse conjunto mais do que compensou a queda de 12,6% do volume de carga nos portos operados pela companhia, também ano a ano, refletindo a baixa de 7% nas exportações nesses terminais (Santos-SP, Paranaguá-PR e São Francisco do Sul-SC).
Segundo Fontana Neto, a forte queda no volume de exportação de açúcar no período não foi compensada na mesma medida pela expansão nas operações com outros produtos.
O resultado operacional da empresa, medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), subiu 18,9%, para R$ 952,6 milhões. A margem Ebitda cresceu 2,2%, a 50,7%.
As despesas comerciais, gerais e administrativas alcançaram R$ 79,1 milhões, volume 23,8% superior ao do terceiro trimestre do ano passado.
Além da melhora operacional, a última linha do balanço teve forte contribuição do resultado financeiro, negativo em R$ 257,5 milhões, porém 33,7% menor do que em igual etapa de 2017, uma vez que juros mais baixos fizeram o custo da dívida líquida caísse 30% ano a ano.
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Com o recuo de cerca de R$ 300 milhões da dívida líquida desde o fim de junho, a alavancagem financeira da Rumo em três meses recuou de 2,6 para 2,3 vezes o Ebitda.
O investimento feito pela Rumo no trimestre somou R$ 551,4 milhões, expansão de 16,4% ano a ano.
A empresa comentou no relatório de resultados que as estimativas iniciais apontam uma nova safra recorde de soja e forte expansão na safra de milho em 2019.