A grande incógnita global, atualmente, está em descobrir o que está acontecendo na segunda maior potência econômica do mundo: a China. Wall Street, o distrito financeiro de Nova York, está cada vez mais preocupado com a desaceleração do crescimento das economias estrangeiras, apesar dos fortes números do país. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, também identificou recentemente o enfraquecimento das economias internacionais como um grande risco para as perspectivas norte-americanas.
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E, no dias de hoje, quando os investidores dizem “estrangeiro” ou “exterior”, eles se referem apenas à China. Afinal, outras economias emergentes são vistas como muito pequenas individualmente para que potenciais crises norte-americanas domésticas tenham grandes repercussões internacionais. A China, por outro lado, poderia moldar o destino financeiro das nações ao redor do mundo, tanto por seu tamanho quanto pelo aumento do nível de integração na economia mundial.
Peter Donisanu, analista de estratégia de investimento do Wells Fargo Investment Institute, destaca como o ritmo de crescimento econômico da China desacelerou nos últimos anos — ainda que um aumento de 6,5%, cuja precisão é muito questionada por economistas internacionais, seja estimado e considerado robusto para os padrões globais.
O governo chinês interveio pesadamente na economia para amenizar os efeitos do enfraquecimento do crescimento e da atividade industrial. Os investidores ainda estão tentando descobrir o quanto dessa intervenção foi útil para a economia no médio prazo e o quanto ela simplesmente permitiu que as empresas domésticas se tornassem mais endividadas e até menos produtivas ou competitivas.
Agora que a China está na mira das guerras comerciais de Donald Trump, crescem os temores de que a resistência econômica para um país tão dependente das exportações possa ser difícil. Suas ondulações globais também podem ser significativas.
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“Caso as tensões comerciais não sejam eliminadas de uma vez por todas, os impactos relacionados à tarifa para a economia chinesa provavelmente se tornarão evidentes nos dados econômicos durante os três meses finais de 2018″, diz Donisanu. “Acreditamos que o sentimento de mercado relacionado ao risco pode retornar rapidamente, caso a confiança dos empresários e consumidores, os gastos das famílias, a produção industrial e o comércio desacelerem inesperadamente.”