A gigante Amazon.com está pronta para avançar com as vendas diretas de mercadorias após atrasos desencadeados, principalmente, por uma estrutura logística insuficiente e pela complexidade do sistema tributário brasileiro, informaram hoje (21) analistas do BTG Pactual em relatório, enquanto as ações de varejistas brasileiras figuravam entre os destaques negativos da bolsa paulista.
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“Conforme nossos canais de checagem, após um atraso de mais ou menos três meses, a empresa lançará sua plataforma de venda direta (1P) no Brasil para um amplo portfólio de itens hoje ou nesta semana”, escreveram Fabio Monteiro e Luiz Guanais.
Na avaliação deles, o foco maior da Amazon no segmento de venda direta significa que a empresa está pronta para fortalecer os investimentos, potencialmente via parcerias com operadores e transportadoras que atuam no regime conhecido como “última milha”, em que produtos comprados pela internet são entregues em poucas horas.
Ainda segundo a equipe do BTG, superados os problemas logísticos no Brasil, a companhia lançará sua mais bem-sucedida funcionalidade em todo o mundo, conhecida como Fulfillment by Amazon. “Mas esperamos que adote uma abordagem gradual, dada a concorrência de participantes como B2W e Magazine Luiza”, ponderaram.
A expectativa de início das vendas diretas pressionava as ações de varejistas brasileiras, que estavam entre os piores desempenhos do índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa.
Às 15h20 (horário de Brasília), os papéis da B2W perdiam 3,76%, enquanto os da controladora Lojas Americanas seguiam na mesma direção, com recuo de 2,74%. Magazine Luiza cedia 3,04% e Via Varejo se desvalorizava 0,82%.
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Monteiro e Guanais alertaram que a notícia deve trazer volatilidade às ações de empresas de comércio eletrônico no Brasil no curto prazo.
“Desde 2016, no entanto, nós sinalizamos que o comércio eletrônico brasileiro estava propenso a um crescimento secular, com um mercado posicionado para, pelo menos, triplicar até 2025, atingindo R$ 200 bilhões em Gross Merchandise Vale (GMV)”, afirmaram.
Os especialistas observaram ainda que, apesar do sucesso da Amazon na Alemanha, no Reino Unido e nos Estados, seu forte crescimento na Índia e a posição de liderança no Japão, a expectativa é de que a empresa siga enfrentando concorrência acirrada no Brasil de participantes já bem estabelecidos no mercado, que investiram nos últimos em anos para construir um ecossistema completo que prioriza a experiência do usuário. “Esse cenário deve impedir a Amazon de crescer rápido no Brasil. Em nosso estudo, ela compete por uma participação de mercado de duplo dígito baixo.”