Após três quedas consecutivas, o dólar terminou o dia (7) em alta ante o real, num movimento de correção que, no entanto, foi limitado pelo forte recuo da moeda norte-americana no mercado internacional.
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Apesar de ter fechado em alta, em boa parte da sessão o dólar operou em queda e chegou a romper o piso psicológico de R$ 3,70 sob influência externa, em meio às expectativas do desfecho do encontro entre representantes de Estados Unidos e China sobre um acordo comercial.
O dólar avançou 0,53%, a R$ 3,7343 na venda, depois de bater a mínima de R$ 3,6907. Na máxima, foi a R$ 3,7350.
Nas três sessões anteriores, a divisa norte-americana acumulou queda de 4,15% ante o real. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,42%.
“O dólar se aproximou de um suporte psicológico (R$ 3,70). Agora, a tendência é que haja um posicionamento mais cauteloso por parte dos investidores”, disse mais cedo o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira.
Um certo desconforto com a cena política, após o desencontro de informações dentro do governo sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na semana passada, também influenciou na subida do dólar, disseram profissionais das mesas de operações.
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Na sexta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro anunciou o aumento do IOF para financiar a manutenção dos benefícios da Sudam e Sudene, mas a informação foi negada posteriormente pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que disse que o presidente se equivocou.
“Tem alguma tensão e desencontros com a nova equipe. Acaba causando mais barulho do que o mercado esperava no começo”, explicou um profissional de um banco estrangeiro ao ponderar, no entanto, que, por ora, é apenas um mal-estar.
No exterior, a expectativa de um acerto comercial entre China e os EUA direcionaram os negócios. O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse nesta segunda-feira que os dois países devem chegar a um acordo sobre questões comerciais imediatas, enquanto um acordo sobre questões estruturais e sua aplicação será mais difícil.
O mercado lá fora também ainda ecoava o discurso ‘dovish’ (brando) do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, na sexta-feira, que levou o mercado a apostar que o banco central dos EUA pode subir menos do que o esperado os juros no país este ano.
“Os EUA têm demonstrado uma resiliência no crescimento econômico e, ainda assim, a inflação teima em não dar as caras”, disse Vieira.
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Na sexta-feira, Powell disse que, apesar do bom momento, o banco central norte-americano será sensível aos riscos ressaltados por investidores e será paciente com a política monetária em 2019.
Em dezembro, o Fed sinalizou que poderia aumentar os juros duas vezes neste ano, embora o mercado financeiro imagine que a trajetória será ainda mais suave, sobretudo por causa dos temores de desaceleração da economia global.
No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas e também ante as divisas de emergentes, como o rublo.
O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 2,680 bilhões do total de US$ 13,398 bilhões que vencem em fevereiro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.