O dólar operava com pouca movimentação ante o real na sessão da manhã de hoje (28), com investidores monitorando uma semana movimentada no exterior, incluindo negociações comerciais entre EUA e China e a reunião de política monetária do Federal Reserve, e atentos à cirurgia do presidente Jair Bolsonaro.
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Às 10:21, a moeda norte-americana recuava 0,15%, a R$ 3,7662 na venda, após fechar na quinta-feira (24) com alta de 0,23%, a R$ 3,7719. O dólar futuro operava com queda de cerca de 0,2%.
O Fed se reúne nesta semana para a primeira reunião de política monetária do ano, quando é esperado que o banco central norte-americano sinalize uma pausa no ciclo de aperto monetário e reconheça os crescentes riscos para a economia dos EUA.
Nos dias 30 e 31 o vice primeiro-ministro chinês, Liu He, visita os Estados Unidos para uma nova rodada de negociações sobre a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
No lado doméstico, o novo governo segue no radar nesta semana de fechamento de mês. No exterior, participantes do mercado olham com mais cautela para as ações de Bolsonaro e seu ministério.
Alguns investidores notam que, até o momento, o câmbio não segue a tendência de sazonalidade do período, quando, usualmente, o mercado registra fluxos de entrada vindos do exterior.
Na avaliação do gerente de câmbio da Icap Corretora, Ítalo Abucater, participantes estrangeiros estão aguardando uma consolidação do novo governo, inclusive no que diz respeito à reforma da Previdência. “O fluxo estrangeiro está aguardando e com muito cuidado, sem tanta euforia como os investidores locais, que estão mais otimistas com relação ao novo governo. Os players estrangeiros estão mais precavidos”, afirmou o gerente de câmbio.
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A tendência, segundo Abucater, é que assim que houver uma materialização da proposta de Previdência, o fluxo retome normalmente.
Ainda na linha de governo, investidores acompanham a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia à qual Bolsonaro é submetido nesta manhã.
“A depender de sua recuperação, investidores devem começar a “exigir” sinalizações em termos da proposta da reforma da Previdência a fim de dosar posicionamentos no mercado”, afirmou a operadora H.Commcor em nota.
O mercado também ressoa o rompimento de uma barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho (MG). A tragédia está pressionando as ações da mineradora nesta segunda-feira.
O câmbio, porém, não deve sentir os impactos do desastre em Minas Gerais, a menos que a desvalorização do papel da Vale incorra em um fluxo de saída de câmbio, avaliou Abucater.
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“Em teoria, não deveria afetar câmbio, a não ser que tenha saída de fluxos que estão aqui. Vai ser uma semana ruim, em termos de como vai se comportar esse governo novo, em termos de discurso, de acalmar familiares, de apaziguar”, explicou ele.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de fevereiro, no total de US$ 13,398 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.