O dólar tinha pouca variação ante o real na manhã de hoje (5), em meio a um ambiente de maior apetite por risco no exterior e com foco na reforma da Previdência, tema da reunião ministerial desta terça-feira.
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Às 10:26, a moeda norte-americana avançava 0,01%, a R$ 3,6731 na venda, depois de encerrar na véspera com alta de 0,29%, a R$ 3,6728. O dólar futuro tinha variação positiva de 0,19%.
A reforma da Previdência é o tema da reunião ministerial desta terça-feira, que, na ausência de Bolsonaro, será presidida vice-presidente, Hamilton Mourão. O encontro ocorre a partir das 9h, no Palácio do Planalto.
Na segunda-feira (4), o jornal “O Estado de S. Paulo” publicou em seu site reportagem citando uma minuta preliminar da proposta de reforma da Previdência, prevendo, entre outros pontos, idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem no Brasil.
No fim do dia, o secretário especial da Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, se pronunciou, dizendo que o texto veiculado é apenas uma das propostas que estão sob análise do governo.
Mourão também se pronunciou após o vazamento, afirmando que ao próprio presidente Bolsonaro não agrada a ideia de ter idades mínimas iguais para homens e mulheres.
Na avaliação de alguns participantes do mercado, a dissonância nas falas de membros do governo começa a dar sinais de um desgaste, que, ainda que de forma extremamente sutil, pode alimentar um novo ceticismo no mercado com relação à reforma.
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Segundo o gerente de câmbio da Icap Corretora, Italo Abucater, já é certo que haverá uma reforma da Previdência, o que está em aberto, na verdade, são os cortes e mudanças que o texto proposto pelo governo sofrerá na tramitação.
“Ela (reforma da Previdência) vai vir por uma questão de necessidade. A questão é sobre como o mercado vai precificar os cortes que virão. Esses cortes, de que forma ficariam dentro da original? Aí sim o mercado vai reagir”, afirmou.
No lado externo, o mercado aguarda o discurso de Estado da União que Trump fará na noite desta terça-feira, em que deve fazer pressão sobre o muro na fronteira com o México, além de tocar pontos de política externa, como Venezuela e negociações comerciais entre EUA e China.
Uma sinalização favorável de Trump no que diz respeito a comércio pode alimentar o apetite por risco, que vem sendo moderadamente impulsionado por dados fortes de emprego nos EUA e uma abordagem mais moderada do Federal Reserve.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de março, no total de US$ 9,811 bilhões.