O varejo do Brasil fechou 2018 com o maior avanço em cinco anos e disparada das vendas de veículos, embora tenha contraído com força em dezembro com o setor mostrando perda de fôlego no segundo semestre em meio a um cenário morno da atividade econômica.
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Em dezembro, as vendas no varejo brasileiro caíram 2,2% na comparação com o mês anterior, em um resultado esperado depois da disparada das vendas em novembro devido à Black Friday, de acordo com os dados divulgados hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse foi o pior resultado mensal para as vendas varejistas desde janeiro de 2016 (queda de 2,5%), após alta de 3,1% em novembro sobre outubro.
Sobre o mesmo período do ano anterior, o setor apresentou ganho de 0,6% em dezembro.
Com isso, o varejo encerrou 2018 com ganho de 2,3%, ligeiramente acima dos 2,1% vistos em 2017, quando interrompeu sequência de dois anos de contrações, e no melhor resultado anual desde 2013.
Ainda assim, o crescimento acumulado de 4,4% em 2018 e 2017 não foi suficiente para recuperar a queda de 10,3% em 2015 e 2016.
Apesar do ganho no ano passado, o desempenho do varejo mostrou ao longo do segundo semestre perda de fôlego, em uma economia que não conseguiu mostrar ânimo expressivo e com desemprego ainda elevado. “Foi um semestre marcado pela alta do dólar, por incertezas diante do período eleitoral e pela recuperação da greve dos caminhoneiros, mas, no geral, com saldo positivo”, explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.
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Entre as atividades pesquisadas, o IBGE informou que os destaques em 2018 foram: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,8%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,6%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (5,9%).
Em dezembro, entretanto, houve forte recuo nas atividades que mostraram altas acentuadas em novembro: outros artigos de uso pessoal e doméstico (queda de 13,1%), móveis e eletrodomésticos (menos 5,1%) e tecidos, vestuário e calçados (queda de 3,7%).
No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas caíram 1,7% em dezembro sobre o mês anterior, mas fechou 2018 com ganho de 5%, maior patamar em seis anos.
O resultado do ano passado foi impulsionado principalmente pelo salto de 15,1% nas vendas de veículos e motos, partes e peças, única atividade que mostrou crescimento de dois dígitos e na taxa mais forte desde 2007. “Esse desempenho pode ser explicado pela melhora nas condições de financiamento, refletida na redução das taxas de juros e no aumento do volume de crédito para aquisição de veículos”, completou Isabella.