O dólar subiu mais de 1% ante o real hoje (7), tocando uma nova máxima do ano, alinhado ao movimento global de moedas, com mercados focados na decisão do Banco Central Europeu, enquanto, no front doméstico, receios sobre o andamento da reforma da Previdência reforçaram a cautela.
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A moeda norte-americana avançou 1,27%, a R$ 3,8847 na venda, maior patamar desde 27 de dezembro de 2018. Neste pregão, a moeda oscilou entre R$ 3,9040 e R$ 3,8168. O dólar futuro subia cerca de 1,2%.
No exterior, o dólar subia cerca de 0,86% contra uma cesta de moedas.
A divisa norte-americana acelerou a alta contra o real após o BCE cortar hoje previsões de crescimento e inflação na zona do euro, bem como adiar para o próximo ano o momento de sua primeira alta de juros pós-crise e oferecer aos bancos novas rodadas de empréstimos baratos.
A medida de estímulo já era prevista por agentes financeiros globais, mas os cortes nas projeções, com Mario Draghi, presidente do BCE, citando um “período de fraqueza contínua e incerteza disseminada”, foram uma surpresa, derrubando rendimentos de títulos do governo, o euro e índices acionários ao redor do mundo.
Segundo o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, a fala de Draghi estressou o mercado, sobretudo o comentário de que os cortes nas previsões estão relacionados à desaceleração do crescimento global. “O estímulo já era esperado, mas os cortes de repente abrem uma discussão maior”, avaliou.
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Do lado doméstico, há uma crescente preocupação com a falta de notícias da parte do governo sobre a reforma da Previdência. O mercado monitora agora a instalação das comissões especiais na Câmara dos Deputados, a primeira etapa da tramitação da matéria.
Segundo Faganello, uma demora prolongada na instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, havia previsto para a semana passada – pode levar o mercado a pensar que o governo não tem a Previdência como uma de suas prioridades.
No fim da tarde, o presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter para dizer que “é a partir da reforma da Previdência que o país terá condições de estabilizar as contas”, acrescentando que a reforma previdenciária vai viabilizar uma “rígida reforma tributária”.
Também há razoável preocupação entre agentes financeiros de que as recentes publicações controversas de Bolsonaro no Twitter possam dificultar a formação da base aliada no Congresso.
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Prevalece a percepção de aprovação do texto no segundo semestre do ano, mas ainda restam dúvidas quanto ao teor do que será chancelado por parlamentares.
O Banco Central vendeu 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim, rolou US$ 1,450 bilhão dos US$ 12,321 bilhões que vencem em abril.
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