Em setembro de 2018, o valor da Amazon ultrapassou a marca de US$ 1 trilhão. O CEO da gigante do varejo Jeff Bezos não levou sua empresa ao topo do mercado sem dominar a arte de tomar decisões.
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Em uma carta enviada em 2015 a acionistas, ele apontou dois tipos de decisões que empreendedores e executivos enfrentam com frequência.
A primeira, chamada de decisão do tipo 1, representa uma porta pela qual você passa e não pode voltar, como, por exemplo, pedir demissão de um emprego bem remunerado para se concentrar em seu horário livre.
No caso da Amazon, o negócio de serviços web era uma aposta arriscada, mas que vale mais de US$ 190 bilhões atualmente.
“Essas decisões devem ser feitas de forma metódica, cuidadosa, devagar, com grande deliberação e consulta”, escreveu Bezos.
Uma decisão do tipo 2 representa uma escolha reversível de um indivíduo ou grupo pequeno. Um exemplo é o teste de um produto novo com um grupo beta de clientes ou o layout de uma seção na loja digital da Amazon.
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Como tomar decisões boas
O ideal é gastar até 10% da sua semana tomando decisões do tipo 1. Essas escolhas são cansativas e demoradas, mas exigem a sua atenção.
Não tome decisões do tipo 1 quando estiver se sentindo com raiva, com fome, solitário ou cansado. Não é uma boa ideia, por exemplo, pedir demissão de seu emprego quando se sentir desanimado na segunda-feira de manhã.
Faça decisões do tipo 2 de forma rápida e agrupada, delegando a um membro de sua equipe ou terceirizando um responsável.
Vale reforçar que, em vez de deixar as emoções o dominem, aprenda o que puder sobre o problema.
Você também pode tomar uma decisão consultando especialistas com visões contraditórias às suas.
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Faça planos para consequências inesperadas
Muitas decisões terão consequências inesperadas. Talvez você crie um produto que caia no gosto dos consumidores e passe horas atendendo a pedidos e fornecendo suporte técnico.
Essas consequências inesperadas geralmente representam decisões do tipo 2, que são gerenciadas por meio de processos de delegação, terceirização ou revisão de negócios.
“Se você tomou uma decisão do tipo 2 que não alcançou a meta, não é necessário sofrer com as consequências por tanto tempo. Você pode reabrir a porta e voltar atrás. Decisões desse tipo podem e devem ser feitas rapidamente por indivíduos ou grupos pequenos”, acrescentou Bezos.
Um novo empreendedor, por exemplo, que considere um provedor de serviços de e-mail avaliará cuidadosamente os custos de um novo software. Essa escolha afeta o fluxo de caixa, o que também exige uma decisão por uma solução que seja facilmente utilizada pelo executivo. Isso significa passar horas lendo revisões e testando tendências do mercado.
Um empreendedor mais estabelecido no mercado pode ficar feliz com a recomendação de um membro da equipe, antes de decidir uma solução. Em seguida, ele avaliará o custo total e levará em consideração o tempo necessário para treinar outras pessoas a usarem o novo software.
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Seja responsável com os riscos tomados
Às vezes, os maiores retornos vêm das decisões que vão contra o que está institucionalizado. Por que leitores comprariam livros em um aparelho digital se eles podem comprar a versão física? Por que uma loja de comércio eletrônico entraria no negócio de serviços e hospedagem em nuvem? As pessoas confiarão em drones para entregar as compras do dia a dia?
“Se há 10% de chance, você deveria assumir o risco todas as vezes”, escreveu o fundador da Amazon.
Esteja pronto para os fracassos
Ao longo dos anos, a Amazon fez diversas apostas. Algumas, como o leitor de livros digitais Kindle e os serviços em nuvem, valeram a pena. Outras, como a Amazon Webstore (concorrente do Shopify) e o Amazon Fire Phone, fracassaram, custando US$ 170 milhões à companhia.
Bezos acredita que esses tipos de fracasso fazem parte do trabalho.
“A cada dez vezes, você estará errado em nove. Nos negócios, quando você chega próximo de um objetivo, pode obter ainda mais conquistas. Esse retorno mostra por que é importante ser corajoso. Grandes vencedores pagam por seus experimentos”, disse o homem mais rico do mundo.
Afinal, empreendedores e executivos que dão atenção às suas escolhas aprendem muito mais do que aqueles que fogem delas.
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