A Raízen Energia, maior produtora global de açúcar e etanol de cana-de-açúcar, aproveitou uma janela favorável no mercado e captou R$ 900 milhões por meio de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), em uma operação que registrou demanda recorde para ofertas locais de renda fixa com participação do grupo.
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A companhia, por meio de sua subsidiária integral Raízen Fuels Finance, também concluiu a contratação de uma nova linha sindicalizada no valor de US$ 500 milhões, com prazo de cinco anos, antecipou à Reuters o vice-presidente-executivo de finanças da empresa, Guilherme Cerqueira, hoje (25).
No caso da operação de CRA, a companhia previa inicialmente obter R$ 750 milhões com a operação, mas captou mais em função da demanda, que superou a expectativa em mais de duas vezes, revelou o CFO. “A leitura do mercado era boa, existe muita liquidez, conseguimos identificar uma janela que não tinha muita oferta, isso permitiu que tivéssemos taxas mais atrativas”, afirmou Cerqueira.
A oferta foi realizada em duas séries, sendo a primeira com vencimento em 2025 e precificada a 96% do CDI, e a segunda com vencimento em 2026 e precificada a IPCA +4,04%.
“É para financiar os investimentos do ano, nada de M&A (fusão e aquisição), e pagamento de dívida para o ano-safra. Essa emissão não está ligada a nenhum investimento específico”, disse ele, lembrando que a Raízen já tem operado neste mercado de CRA há cinco anos e que a operação também visa “dar regularidade ao investidor”.
Na emissão, cuja conclusão foi antecipada à Reuters nesta segunda-feira pela companhia, a Raízen Energia participou como devedora do lastro da oferta de CRA encerrada em 18 de março e emitida pela RB Capital. “Especialmente na parte do CRA, uma das funções é para financiar o investimento da safra 2019/2020, com o plantio maior já realizado nos últimos anos”, afirmou Cerqueira.
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A Raízen Energia, pertencente à Cosan e à Shell, prevê elevar a moagem de cana-de-açúcar em até 5,5% na safra 2019/2020, informou a companhia na semana passada.
Já o financiamento em dólares envolve duas tranches: um crédito rotativo de US$ 300 milhões, que substituirá linha anterior de US$ 285 milhões contratada em 2015; e uma linha sacada, no valor de US$ 200 milhões, cujo montante será destinado ao pré-pagamento parcial da linha sindicalizada contratada em 2015.
A linha em dólar foi contratada junto a um sindicato composto por dez bancos globais, incluindo alguns que até então não eram credores da companhia e que demonstram um interesse crescente pela empresa, afirmou o diretor financeiro.
Questionado sobre o cenário macroeconômico brasileiro, o executivo disse que tais emissões ocorrem independentemente da situação político-econômica do país. “Teoricamente, o Brasil vai crescer com as reformas, mas nosso trabalho independe deste cenário, no final do dia temos de dar rentabilidade.”
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