O dólar fechou no menor patamar em cerca de três semanas frente ao real hoje (10), terminando abaixo de um importante suporte técnico, num pregão de fraqueza da moeda norte-americana no exterior e de relativo alívio na percepção sobre a reforma da Previdência no Brasil.
LEIA MAIS: Dólar recua ante real
O real esteve entre as seis moedas de melhor desempenho ante o dólar nesta sessão, numa lista de 33 pares da divisa norte-americana.
O dólar à vista caiu 0,78%, a R$ 3,8240 na venda. É o nível mais baixo desde 21 de março (R$ 3,8001). O declínio percentual foi o mais forte desde 1º de abril, quando a cotação cedeu 1%.
Com a queda desta quarta, o dólar fechou abaixo da média móvel de 200 dias, de R$ 3,8441. A moeda norte-americana vinha mostrando dificuldades para cair abaixo desse nível, e o movimento desta sessão pode ser interpretado como um sinal de mais desvalorização à frente.
Na B3, a referência do dólar futuro cedia 0,64%, a R$ 3,8310.
“Tudo conspirou para a queda do dólar hoje”, disse Cleber Alessie, operador de câmbio da H.Commcor. Ele citou os fracos dados de inflação nos EUA e a ata do Federal Reserve – que reforçaram expectativas de juro estável nos Estados Unidos pelos próximos meses, declarações de autoridades do governo sobre a reforma previdenciária e a conclusão da renegociação do contrato da cessão onerosa com a Petrobras.
VEJA TAMBÉM: Dólar fecha em leve alta ante real
“Até o IPCA mais alto, em termos técnicos, ajudou, porque limita aposta de queda de juro no Brasil”, afirmou, referindo-se a uma interrupção da queda do diferencial de juros entre o Brasil e o mundo, o que tem pesado sobre o real nos últimos anos.
O mercado também segue atento a expectativas de fluxo. O grupo siderúrgico e de mineração CSN voltou ao mercado de crédito com emissão de US$ 1 bilhão em duas partes, em estratégia para alongar vencimentos de dívida, informou nesta quarta-feira o IFR.
O Bank of America Merrill Lynch também chama atenção para um cenário de fortes investimentos no Brasil neste ano, o que influenciaria diretamente o patamar da taxa cambial. O banco estima investimentos diretos no país de US$ 90 bilhões neste ano (o que seria o maior nível desde 2012) e de US$ 95 bilhões em 2020 -volume mais alto desde 2011. “Progressos na agenda de privatizações são um risco de alta para esse cenário”, disse David Beker, estrategista do BofA.
Em evento em Nova York, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o objetivo do governo federal de levantar US$ 20 bilhões com privatizações neste ano será facilmente atingido, projetando uma superação da meta em até 40%.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais: