Resumo:
- Investidores buscam ideias com planejamento e preparo para a execução;
- Uma ideia brilhante precisa atender às necessidades da comunidade. Para tanto, é preciso ser viável logisticamente;
- Sua iniciativa não precisa ser inusitada, ela pode trazer melhoria e inovação à maneira como os serviços hoje são prestados;
- É preciso definir como mensurar o sucesso da sua iniciativa e garantir que seu time possa suprir todas as necessidades infraestruturais do projeto.
Uma das alegrias de trabalhar em fundos filantrópicos é ver e ouvir ideias inteligentes e inovadoras de grupos e indivíduos apaixonados e dedicados a causar impacto positivo na comunidade. Ao mesmo tempo, um dos maiores desafios é concretizar essas ideias. Muitas simplesmente evaporam.
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Meu pai costumava dizer que quem já tomou banho teve uma ótima ideia. “São as pessoas que saem do chuveiro, desenvolvem um plano e o executam que realmente fazem as coisas.” Para mim, essa frase traça uma linha entre as “boas ideias” e as “ideias que podem ser financiadas”.
Seria ótimo criar subsídios para cada iniciativa interessante que surge, mas os investidores têm recursos finitos e por isso é preciso atraí-los e convencê-los a apostar nos nossos projetos. O investidor se pergunta: “Qual o plano para concretizar a ideia? Esse indivíduo ou grupo está preparado para executá-la?” Na minha experiência e na de muitos colegas, isso se divide em quatro categorias.
Vale ressaltar: se você se depara com uma ideia brilhante, mas não consegue responder afirmativamente às quatro questões abaixo, não deixe que isso o desencoraje. Não abandone uma ideia apenas por não conseguir visualizar todos os passos do seu plano desde o primeiro momento. Converse com sua comunidade e seus colegas para obter ajuda. Ao construir uma forte rede de contatos, você estará conectado e se envolverá com uma variedade de mentes que podem ser úteis para a aprimorar seu plano, criar sua visão e trazer mudanças positivas ao mundo.
Veja, na galeria de imagens a seguir, quatro perguntas que você deve responder para transformar sua ideia brilhante em uma iniciativa prática:
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GettyImages 1. Seu plano atende a alguma necessidade?
Identificar uma nova maneira de responder às necessidades da comunidade é o primeiro ponto, mas há um segundo tópico que por vezes é negligenciado. É preciso dizer de modo realista como trazer essa idéia à vida. Por exemplo: talvez você acredite que restaurantes e mercearias possam doar os alimentos que não serão mais vendidos. Essa é uma idéia maravilhosa, mas, além de levar em conta a legislação local a respeito, é preciso traçar a logística e os métodos necessários para gerenciar a coleta, armazenamento e distribuição dos produtos.
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GettyImages 2. Você tem as ferramentas necessárias?
Nossa organização tem trabalhado em plataformas digitais para a comunidade. Podemos visualizar o tipo de recursos de web que desejamos, mas ninguém em nossa equipe tem o conhecimento ou a habilidade para desenvolvê-los, então precisamos de um suporte especializado. Considere se o seu projeto já prevê as etapas para a execução e se você dispõe dos conhecimentos necessários de finanças, negócios e demais questões requeridas pela ideia. Se não os possui, pense se tem parceiros ou colegas que compartilham dos mesmos princípios e valores ideia e que podem se tornar parceiros nessa empreitada.
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GettyImages 3. Você visualiza o cenário?
É fácil — e arriscado — ter a sensação de que a sua ideia é original. Mas cheque se esse é realmente o caso. Há muitas ideias semelhantes em vigor, mas aplicadas com ajustes suficientes para diferenciá-las. Não quero dizer com isso que você deva desistir de uma ideia se alguém já faz algo parecido, mas que você deve buscar um diferencial. No setor privado, vemos empresas inovarem e alcançarem avanços significativos quando pressionadas por concorrentes com produtos e serviços similares. O segredo é enxergar o cenário, ver o que é oferecido e quais as brechas existentes para entender que caminhos e estratégias evitar e como fazer a diferença.
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GettyImages 4. Como mensurar resultados?
Em seu livro “Informal Sociology: A Casual Introduction to Sociological Thinking” (Sociologia informal: uma introdução casual ao pensamento sociológico, em tradução livre), de 1963, William Bruce Cameron diz: “Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo que conta pode ser contado.”
Vivemos em um tempo dominado por dados. Graças às plataformas digitais e ao avanço da tecnologia, é cada vez mais fácil atribuir métricas ao nosso trabalho. Mas elas contam apenas metade da história. Por exemplo, em nossa organização, monitoramos os dados relacionados ao número de consultas que recebemos, de solicitações de subsídios formais recebidos e feitos. Mas também analisamos evidências para medir como está o desempenho do nosso processo tanto para nossa equipe quanto para as organizações sem fins lucrativos a que servimos, junto à comparação do nosso processo de doação diante de outros financiadores, e como nossos investimentos impactam positivamente as comunidades que servimos.
Ao fazer perguntas sobre o crescimento anual e o retorno do investimento, pergunte-se também como esse esforço envolverá as pessoas a quem deseja servir. Como você determinará se a sua missão está sendo cumprida em sua comunidade?
1. Seu plano atende a alguma necessidade?
Identificar uma nova maneira de responder às necessidades da comunidade é o primeiro ponto, mas há um segundo tópico que por vezes é negligenciado. É preciso dizer de modo realista como trazer essa idéia à vida. Por exemplo: talvez você acredite que restaurantes e mercearias possam doar os alimentos que não serão mais vendidos. Essa é uma idéia maravilhosa, mas, além de levar em conta a legislação local a respeito, é preciso traçar a logística e os métodos necessários para gerenciar a coleta, armazenamento e distribuição dos produtos.