Resumo:
- O investimento do ator Ashton Kutcher no Uber o tornou o principal investidor no mundo das celebridades;
- A estrela investiu US$ 500 mil na companhia em seus estágios iniciais;
- Famosos como as atrizes Gwyneth Paltrow e Olivia Munn e o rapper Jay-Z também investiram na empresa de transporte por aplicativo;
- Essas apostas dos famosos provavelmente renderão hoje (10), quando a companhia planeja começar a operar no que se espera ser um dos maiores IPOs de tecnologia da história.
O aporte de Ashton Kutcher no Uber fez do ator o principal investidor no mundo das celebridades. A estrela da série “That ’70s Show” investiu, ao lado do empresário da música Guy Oseary, US$ 500 mil no sistema de transporte por aplicativo em uma das primeiras rodadas.
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A aposta, que se deu por uma fatia de um fundo que investiu no financiamento inicial do Uber e diretamente em rodadas posteriores, ajudou a tornar Kutcher uma estrela das startups e personagem de uma reportagem de capa da Forbes em 2016. Mas o ator está longe de ser o único grande nome a ter uma parcela nos negócios do Uber – uma convergência de Hollywood e tecnologia que também pode ser atribuída ao cofundador da empresa, Travis Kalanick, por uma fonte incomum de capital e pela influência cultural que se seguiu.
Famosos como as atrizes Gwyneth Paltrow (“Homem de Ferro”) e Olivia Munn (“O Predador”) e o rapper Jay-Z confirmaram a Forbes que investiram na companhia. Eles se juntam a uma lista de outras celebridades, como Leonardo DiCaprio (“O Lobo de Wall Street”), Jared Leto e Beyoncé, cujas apostas provavelmente serão confirmadas hoje (10), quando o Uber começar a operar na bolsa de valores, no que se espera ser um dos maiores IPOs de tecnologia da história. Um porta-voz da empresa se recusou a comentar, e representantes de DiCaprio, Leto e Beyoncé não responderam ao pedido de entrevista.
Alguns grandes nomes já estão comemorando os retornos consideráveis. “Isso salvou nossa família”, disse à “CNBC” o ciclista Lance Armstrong, que teve de pagar milhões para resolver questões legais relacionadas ao uso de drogas para melhorar seu desempenho físico. Armstrong foi uma das poucas celebridades que, assim como Kutcher, investiu no fundo Lowercase Capital, do bilionário Chris Sacca.
Sacca, que mais tarde foi para Hollywood para ser juíz no reality show “Shark Tank”, já foi amigo íntimo do cofundador da empresa de transporte por aplicativo e investiu em sua primeira rodada de financiamento – e em muitas outras depois. Armstrong aplicou, supostamentes US$ 100 mil no fundo de Sacca em 2009, mas se recusou a dizer quanto isso gerou – apenas que o número era “bom demais para ser verdade”. A “Bloomberg” estimou que os US$ 100 mil teriam se transformado em cerca de US$ 20 milhões. O atleta se recusou a comentar o assunto com a Forbes.
Outros também entraram cedo no negócio. Jay-Z e o magnata da música Jay Brown investiram no Uber na Série A, no início de 2011, de acordo com um porta-voz. Naquela época, a empresa estava apenas em São Francisco e a rodada de financiamento a avaliou em US$ 60 milhões. Dependendo da demanda do investidor, se os preços do IPO no ponto médio de sua proposta forem de US$ 47 por ação, a avaliação pode chegar a US$ 86 bilhões segundo o “New York Times”.
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A maioria das celebridades, porém, veio após a rodada seguinte de financiamento do Uber. Um de seus principais investidores tinha fortes laços com Hollywood e apresentou outros em potencial, como a atriz e modelo Olivia Munn, à companhia. Kalanick, CEO do Uber na época, encontrou-se com ela e decidiu que Olivia era “legítima”, de acordo com seu porta-voz. A atriz ainda investiu em outras startups do mesmo tipo, como a Wag, empresa que faz passeios com cachorros sob demanda. O representante da atriz não disse qual é o tamanho de sua participação, apenas que ela lamenta não ter investido mais.
Olivia não está sozinha. Outros, como o ator Edward Norton (“Clube da Luta”), o agente Ari Emanuel e o produtor de “Kill Bill”, Lawrence Bender, foram persuadidos a se tornarem investidores, segundo o livro “Wild Ride: Inside Uber’s Quest for World Domination” (“Grande Aventura: por Dentro da Busca do Uber pelo Domínio do Mundo”, em tradução livre, sem edição em português) do editor da “Fortune”, Adam Lashinky. Representantes de nenhum deles responderam aos pedidos de entrevista da Forbes.
Mas nem tudo é sobre investimentos. Em 2015, Kalanick contratou Beyoncé para se apresentar em um evento externo da empresa em Las Vegas. O custo foi de US$ 6 milhões em ações restritas, segundo o “New York Times”. Queen B não confirmou a informação para a Forbes, mas sua música de 2018, “Apeshit”, com Jay-Z, possivelmente faz referência ao pagamento do Uber, “pay me in equity, watch me reverse out of debt” (“pague-me em ações, veja-me reverter as dívidas”, em português).
É claro que isso provavelmente ajudou os investidores de primeira linha a identificar o apelo pelo serviço mais cedo do que a maioria. A ideia de ter uma limusine apenas ao apertar um botão fez com que alguns espectadores declinassem do negócio. Mas essa percepção inicial se transformou em uma poderosa posição de investimento na véspera de um dos maiores IPOs de tecnologia de todos os tempos. Kutcher percebeu isso muito cedo.
“Isso não está apenas sendo uma mudança para as empresas de táxi, mas uma mudança na percepção de possuir carro”, disse o ator a Forbes em 2016. “Isso é loucura. E é por isso que acontece nessa velocidade e com esse potencial.”
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