Resumo:
- Atualmente, o app tem 500 mil mulheres graças ao foco nas mães;
- A empresária acredita que uma ideia deve ser alardeada, sem ter medo de que seja roubada.
Michelle Kennedy é a fundadora do Peanut, um aplicativo de rede social que conecta mães no Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Desde o lançamento, em fevereiro de 2017, o app, que tem sede em Londres, aumentou sua base de usuários para mais de 500 mil mulheres (e continua crescendo) – a maioria delas o acessa várias vezes ao dia.
A empreendedora atribui grande parte desse crescimento a seu foco nas mães, assim como ao conhecimento adquirido quando trabalhava nos aplicativos de encontros Badoo e Bumble. Mas, assim como é preciso uma rede de apoio para criar um filho, também é preciso uma equipe para desenvolver um negócio. E, ao procurar pessoal para contratar e investidores – como a Sound Ventures, empresa de capital de risco iniciada pelo ator Ashton Kutcher -, Michelle adotou a mesma abordagem.
Veja, a seguir, dois valiosos conselhos da empresária:
1. Grite sua ideia por aí
“Eu vejo justamente o contrário nos empresários e fundadores dos tempos atuais – eles não querem dizer às pessoas o que estão fazendo, talvez por medo de ter sua ideia roubada”, diz ela. “Eu acho que essa é uma lógica muito falha.”
Michelle diz que disseminar seu propósito a colocou em contato com pessoas que foram cruciais para sua trajetória de crescimento. “Conversei com o maior número de pessoas possível. Velhos e novos amigos, e pedi a eles que contassem a outros amigos”, lembra. Ao fazer isso, ela conta que teve um feedback inestimável e se conectou às pessoas que hoje fazem parte de sua equipe principal.
A fundadora do app permaneceu focada em fazer networking com aqueles que compartilhavam de sua paixão por conectar mulheres. Os especialistas concordam que conexões significativas são as melhores. Patricia Lenkov, da Agility Executive Search, adverte contra o uso invasivo das redes sociais pelas empresas para acessar as pessoas. “Quando bem feito, o networking envolve em uma conversa que tem importância e, consequentemente, uma conexão com alguém”, diz ela. “Uma conversa em que as pessoas falam e aprendem umas sobre as outras.”
2. Nunca peça desculpas por fazer o que você está fazendo
“É difícil entrar em uma sala e dizer às pessoas que você está criando um produto relacionado às mães”, diz Michelle.
Ela lembra de se preocupar com os julgamentos que o seu status de empresária poderia sugerir e de ter que se dissuadir internamente de pedir permissão para falar. “Eu estava muito nervosa com o que as pessoas pensariam de mim porque eu estava fazendo este produto. Eu tive que mudar isso.”
Para aumentar seu nível de segurança, Michelle usava os números como base – especificamente os que diziam respeito ao poder de compra do mercado de mulheres que também são mães. Assim, ela mostrava às pessoas onde o Peanut se encaixava.
Especialistas encorajam mulheres empreendedoras, em particular, a passar mensagens sociais negativas do passado para serem assertivas e fazer o que é melhor para o negócio. “A questão do preço e do valor das empresas traz à tona muitas questões pessoais para as mulheres”, diz a investidora e empresária Ali Brown. “E um grande passo, contra anos de terapia, é apenas imaginar que você é realmente ousado e corajoso, e vai propor um acordo.”
A empreendedora de série Jen Groover, enquanto isso, sugere manter outras mulheres em mente, se tudo mais falhar. “Como as mulheres geralmente se sentem mais à vontade para pedir coisas em nome de outras pessoas, imagine que você está realmente solicitando algo para as meninas das próximas gerações.”
Michelle tem como objetivo melhorar a vida das mulheres, e ela acredita que o Peanut tem o poder de fazê-lo. “Quanto mais cedo você começa a acreditar nisso, mais as pessoas que ouvem você acreditarão também”, diz ela. “Se você se desculpar ou pedir desculpas pelo que está fazendo, você estará desistindo antes mesmo de começar.”