O dólar subiu ante o real hoje (27), num dia de tom misto para moedas emergentes e com renovadas discussões sobre chances de queda de juros no Brasil prejudicando a atratividade da moeda doméstica.
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A moeda norte-americana à vista avançou 0,48%, a R$ 4,0352 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro mais negociado tinha alta de 0,30%, a R$ 4,0380.
No exterior, o dólar subia contra o peso mexicano e o rand sul-africano, mas perdia terreno frente à lira turca. Contra uma cesta de moedas, a divisa ganhava 0,14%.
Pela 13ª semana consecutiva, analistas revisaram para baixo as expectativas para o crescimento econômico em 2019. Isso dá respaldo a cenários favoráveis a queda da Selic, que a 6,50% ao ano já é responsável pelo diferencial de juros nas mínimas históricas.
Com a menor “vantagem” em termos de retorno, diminuem os estímulos a ingressos de recursos para renda fixa, o que prejudica a oferta de dólares no país.
O DI janeiro 2021, que captura expectativas para o rumo da política monetária até o fim de 2020, bateu uma mínima histórica nesta sessão.
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A questão política segue como um fator de volatilidade e pressão ao câmbio.
Embora o mercado tenha reagido bem ao tom das manifestações pró-governo realizadas na véspera, persistem incertezas sobre a capacidade do governo de se articular com o Congresso em busca de votos para o projeto da reforma da Previdência, visto pelo mercado como essencial.
Com a esticada do dólar nas últimas semanas, o Goldman Sachs decidiu elevar a estimativa para a moeda norte-americana ao fim dos próximos três meses de R$ 3,80 para R$ 4,00.
“Claramente, os riscos políticos têm aumentado. E se os desdobramentos políticos e macro continuarem a se deteriorar, nossa visão de longo prazo para o real, que hoje é mais positiva, também será alterada”, disse o banco em nota a clientes, assinada pelo estrategista Zach Pandl.
O mercado de forma geral prevê a taxa de câmbio em R$ 3,80 ao fim deste ano, segundo a pesquisa Focus do Banco Central.
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