O Itaú Unibanco anunciou a isenção a lojistas clientes da Rede, seu braço de adquirência de cartões, das tarifas sobre transferência de recursos para contas em outros bancos, numa resposta a acusações de rivais de que está usando práticas predatórias para eliminar a concorrência. A medida complementa o anúncio feito na semana passada, quando a Rede avisou que iria zerar a cobrança sobre antecipação de recebíveis de lojistas nas compras pagas com cartões de crédito na modalidade à vista, a partir de 2 de maio. A medida abalou o mercado de adquirência, provocando pesadas perdas das ações de rivais como Stone, PagSeguro e Cielo, com analistas do setor avaliando que a medida deve provocar queda das margens do setor.
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O movimento da Rede tem como alvo clientes com faturamento anual de até R$ 30 milhões, segmento que tem sido mais explorado pelas dezenas de empresas de pagamentos que entraram no mercado mais recentemente. A Abipag, associação que reúne credenciadoras de menor porte, fez uma reclamação ao órgão de defesa da concorrência, Cade, acusando o Itaú Unibanco de prática de venda casada, já que a oferta vale apenas para quem tem conta corrente no banco. O Cade pediu explicações à Rede e deu prazo até 3 de maio para uma resposta.
Com a isenção sobre DOC/TED, todos os clientes da Rede enquadrados na oferta de tarifa zero para antecipação de recebíveis poderão transferir seus recursos de conta no Itaú Unibanco para contas de mesma titularidade em outras instituições financeiras, sem taxas.
“Nossa oferta não tem pegadinha”, afirmou ontem (1º) a jornalistas o diretor de cartões do Itaú Unibanco, Marcos Magalhães. O banco também reduzirá a taxa de manutenção de conta para microempreendedores com faturamento de até R$ 81 mil por ano, de R$ 81 para R$ 25.
Na campanha que inicia nesta quinta-feira, a Rede vai praticar uma taxa inicial unificada a partir de 3,49% ao mês para seus lojistas. Pelos cálculos do Itaú Unibanco, isso corresponde a cerca de metade do montante pago pelos lojistas no mercado, incluindo despesas por operação (MDR), aluguel dos terminais de pagamento e a antecipação de recebíveis. “Para lojistas com faturamento mensal a partir de R$ 10 mil por mês, estaremos abertos à negociação de taxa”, disse Magalhães.