A Klabin reverteu resultado positivo obtido no primeiro trimestre de 2018 ao encerrar os três primeiros meses deste ano com prejuízo líquido de cerca de R$ 196 milhões, pressionada por aumento de despesas financeiras e um mercado de celulose impactado por incertezas sobre a guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos contra a China.
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O resultado foi apoiado por relativo controle de custos, desvalorização do real e estratégia da companhia em focar em mercados mais rentáveis, em um momento em que a celulose enfrentou queda na demanda atribuída pela Klabin à “sazonalidade e incertezas em relação aos impactos de anúncio de medidas protecionistas por China e Estados Unidos”.
A companhia, que neste mês anunciou investimento de cerca de R$ 9 bilhões para expandir sua capacidade de produção de papel no país, teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 1 bilhão, crescimento de 32% na base anual.
As units da empresa subiam 0,4% às 11h42, enquanto o Ibovespa recuava 0,8%. As ações da rival Suzano, que divulga resultado de primeiro trimestre na próxima semana, tinham alta de 0,9%.
Segundo a Klabin, o preço médio da celulose de fibra curta, obtida a partir de eucalipto e que pode ser usada em papéis sanitários e de imprimir e escrever, caiu 2% sobre o primeiro trimestre do ano passado, para US$ 994 por tonelada na Europa. Já a celulose de fibra longa, produzida a partir de pinheiros e que pode ser usada em papéis para embalagens, teve aumento de 9% na mesma comparação, para US$ 1.148.
Nos mercados de papéis e embalagens, a Klabin viu queda de 4% no volume de vendas do primeiro trimestre sobre um ano antes, mas a receita subiu 6%, em meio ao aumento de preços.
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A companhia afirmou que o custo caixa de produção de celulose foi de US$ 720 no trimestre passado, alta de 4,4% na comparação anual, excluindo efeito de parada de manutenção da fábrica no Paraná ocorrida um ano antes. Segundo a Klabin, o custo subiu porque a empresa recorreu a um maior “raio médio de abastecimento de madeira e de químicos, em maneira geral expostos a flutuações cambiais”.
Confirmando o recuo na alavancagem informada pela empresa quando do anúncio do novo ciclo de investimentos, a relação dívida líquida sobre Ebitda caiu de 3,8 vezes nos três primeiros meses de 2018 para 3 vezes ao fim de março deste ano.