O dólar caía ante o real hoje (11), com atenções voltadas para a tramitação no Congresso de pautas econômicas, como o projeto de crédito suplementar que autoriza o governo a descumprir a “regra de ouro”, e ainda com tensões políticas no radar.
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Às 10:14, a moeda norte-americana recuava 0,35%, a R$ 3,8710 na venda. Na véspera, o dólar encerrou com ligeira alta de 0,18%, a R$ 3,8846 na venda. O dólar futuro perdia cerca de 0,4% neste pregão.
A Comissão Mista do Orçamento (CMO) se reúne às 11h para votar o texto do crédito suplementar, enquanto o Congresso tem sessão conjunta marcada para as 14h para apreciar vetos presidenciais pendentes e, com isso, poder votar o projeto de crédito suplementar caso tenha sido aprovado pela comissão.
Ainda nesta terça-feira, ocorre em Brasília o fórum dos governadores, “onde o foco será a busca pelo maior apoio possível dos Estados e municípios na PEC da nova Previdência”, como pontuou a corretora H.Commcor em nota.
Investidores seguem monitorando a tensão política em razão do vazamento de supostas conversas do ministro da Justiça, Sergio Moro, monitorando especialmente o impacto que isso pode ter sobre a tramitação da Previdência.
Segundo agentes financeiros, os desdobramentos do fato podem trazer volatilidade ao câmbio nesta terça-feira.
Na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o vazamento das conversas visa justamente atrapalhar a reforma. Jair Bolsonaro, que não se pronunciou sobre o assunto ontem (10), deve se reunir com Moro nesta terça-feira.
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Bolsonaro cumpre agenda em São Paulo nesta terça-feira e será acompanhado por Guedes.
“A coisa está muito mais acelerada do que deveria estar. De um lado uma turma fazendo pressão para que seja aprovada logo, e do outro alguém afirmando que não tem votos suficientes”, afirmou um operador de um banco nacional, com relação à tramitação da reforma da Previdência.
Ele avalia que há excesso de otimismo no mercado no que diz respeito à Previdência e também a um eventual corte de juros, tanto no Brasil quanto nos EUA.
O dólar operando em queda neste pregão reflete tal otimismo, uma vez que faltam fatos e argumentos que justifiquem tal movimento, explicou.
Do panorama externo, a definição de um acordo entre Estados Unidos e México, evitando assim a aplicação de tarifas sobre produtos mexicanos, segue encorajando apetite por risco neste pregão.
Contribui para o otimismo no exterior a decisão de Pequim de aliviar regras financeiras para impulsionar os gastos do governo sobre obras públicas, novas medidas de estímulo para sustentar a economia chinesa.
No entanto, há razoável cautela no ar com relação à disputa entre EUA e China, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na véspera que o não comparecimento do líder chinês, Xi Jinping, ao G20 implicaria em um novo aumento tarifário.
O BC realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de US$ 10,089 bilhões.
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