Resumo:
- Patrocinadores do esporte sediados na Inglaterra injetaram US$ 2 bilhões na modalidade em 15 anos;
- Circuito da Inglaterra atraiu o maior público no ano passado;
- Grande Prêmio da Inglaterra é o mais antigo e a casa da F1;
- Inglaterra abriga o segundo maior número de patrocinadores do esporte, perdendo apenas para os EUA;
- Empresas britânicas correspondem a 7% do pagamento total de US$ 30 bilhões feito à F-1 desde 2004;
- Indústria automobilística do Reino Unido vale cerca de US$ 12,2 bilhões, emprega mais de 45 mil pessoas e exporta mais de 75% da produção;
- Participação do público no Grande Prêmio da Inglaterra subiu 80,7% desde 2006.
A importância da disputa da Fórmula 1 na Inglaterra, foi revelada em dados. Segundo os números, os patrocinadores sediados no país injetaram cerca de US$ 2 bilhões em investimentos no esporte nos últimos 15 anos.
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Até recentemente, o futuro do Grande Prêmio da Inglaterra estava em dúvida, já que seus organizadores frearam prematuramente o contrato em 2017. A taxa para abrigar a corrida cada vez mais alta acendeu um sinal vermelho para o British Racing Drivers’ Club (BRDC), um grupo de 850 pilotos do automobilismo, com antigos vencedores do circuito Indy 500, como Mario Andretti, Roger Penske e Sir Jackie Stewart.
A corrida do último fim de semana em Silverstone foi definida como a última, mas o GP acabou por ter sua permanência no circuito prolongada por mais cinco anos, depois de um acordo no qual a F-1 sacrificou US$ 107,2 milhões em taxas.
A F-1, que está listada na Nasdaq com o ticker FWONK, tinha muito a perder com a queda do GP da Inglaterra. A corrida atraiu uma multidão de 140.500 pessoas no ano passado, o que significou o maior público de qualquer evento do calendário. É também a corrida mais antiga da F-1: foi a primeira quando o campeonato foi lançado em 1950 -o país é a casa do esporte.
Desde então a Inglaterra recebeu um Grande Prêmio todos os anos e continua a ser um mercado crucial, já que a F1 está sediada lá, assim como sete das dez equipes da modalidade. Muitos deles falaram em apoio à corrida, o que não foi apenas motivado pelo orgulho nacional.
O país abriga o segundo maior número de patrocinadores da F1 e, no ano passado, 20,8% das 216 empresas parceiras do esporte estavam sediadas na Inglaterra, só perdendo para os Estados Unidos graças ao grande número de companhias de tecnologia envolvidas no esporte. E não para por aí.
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A Inglaterra é quarta em valor de patrocínio do esporte por parte de empresas locais. No ano passado, as companhia inglesas destinaram cerca de US$ 103,3 milhões em patrocínio para a F-1, o que representa cerca de 10,4% do total pago à modalidade. O montante representa um aumento de 8,4% em relação a 2017 e foi impulsionado pela marca de automóveis de luxo Aston Martin que aumentou sua fatia de contribuição em cinco vezes, para cerca de US$ 40 milhões, quando se tornou a principal parceira da equipe Red Bull Racing.
Isso mais do que compensou a perda do montante da Johnnie Walker, que pertence à gigante inglesa de bebidas Diageo. Os gastos de empresa foram revertidos em cerca de US$ 20 milhões, uma vez que o acordo com as equipes da McLaren e da Force India foi focado no patrocínio da própria F-1.
Conforme mostrado no gráfico abaixo, o aumento das empresas britânicas no ano passado foi o maior desde 2013, quando atingiu US$ 139 milhões antes de cair no perído em que a McLaren perdeu o patrocínio da gigante das telecomunicações Vodafone. Isso ainda estava longe do pico de US$ 206,3 milhões que as empresas britânicas pagaram em 2006, quando o aporte do tabaco disparou, em um último suspiro antes de ser barrada pela legislação.
Isso ajudou a levar o total combinado vindo da Inglaterra desde 2004 para US$ 2 bilhões. E, embora os valores para acordos individuais raramente sejam divulgados publicamente, a fonte consultada tem uma visão única sobre eles e lidera uma equipe que analisa o mercado há 15 anos.
Para chegar às cotas de cada acordo de patrocínio centenas de entrevistas foram cruzadas com milhares de registros de empresas. Os valores são baseados no tamanho, localização e número de decalques, bem como outros benefícios recebidos pelo patrocinador e o desempenho da equipe no momento em que o acordo foi assinado.
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Os resultados foram compilados no novo Banco de Dados de Patrocínio da Formula Money (Formula Money Sponsorship Database), o primeiro com pesquisa de valores disponível de patrocínios da F-1. A plataforma não abrange apenas todos os contratos de aporte das equipes desde 2004, mas também todas as séries de parcerias, patrocínios dos títulos das corrida, publicidades da pista e gastos do proprietário da equipe durante esse período. Ao todo, o levantamento contempla mais de 6.000 acordos de 1.066 empresas que pagaram um total de US$ 30 bilhões desde 2004. As empresas inglesas respondem por 7% e a perda do Grande Prêmio da Inglaterra poderia ter comprometido esse fluxo de caixa.
“Sete das dez equipes de F-1 têm base no Reino Unido — muitas delas próximo a Silverstone. Isso traz empregos diretos para o país, além de ter um impacto positivo nas comunidades locais e na economia”, disse o presidente do BRDC, John Grant, ao dar o sinal vermelho para o GP da Inglaterra de 2017.
“A indústria automobilística do Reino Unido hoje vale cerca de £ 10,5 bilhões [US$ 12,2 bilhões]. Emprega mais de 45 mil pessoas e exporta mais de 75% de sua produção. Isso é maior do que os setores equivalentes na Alemanha, Itália e França juntos. O Grande Prêmio da Inglaterra em Silverstone – o maior evento do calendário automobilístico – serve como parâmetro de qualidade para esportes motores do Reino Unido e setores de engenharia e manufatura mais amplos.”
Ele acrescentou que “há uma boa razão pela qual a área em torno de Silverstone é conhecida como o ‘Vale do Silício do esporte a motor’. Tire o Grande Prêmio da Inglaterra e tudo estará por um fio”. Embora o país tenha desviado dessa ameaça no momento, os obstáculos ainda estão por vir.
Além de analisar o mercado de patrocínio, uma equipe, da qual eu também faço parte, coleta dados sobre os preços mais altos e mais baixos de ingressos em todos os Grandes Prêmios, para assistir aos três dias de competição(de sexta a domingo). Os dados levantados até o ano de 2006 estão disponíveis para o público em um relatório, e as informações vêm diretamente dos organizadores da corrida, que são fontes independentes.
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O levantamento revela que a aderência pública no Grande Prêmio da Inglaterra subiu impressionantes 80,7% desde 2006, um ano antes de Lewis Hamilton, o herói da casa, ter se juntado à F-1. Desde então, o piloto venceu cinco títulos e não foi apenas para a corrida do último fim de semana como campeão atual, mas também como líder das estatísticas.
O BRDC aproveitou ao máximo a multidão que alcançou um recorde de 141 mil, mas este crescimento pode perder força quando o campeão inglês finalmente encerrar sua carreira. Se isso acontecer antes que o BRDC assine um novo contrato, poderia levar apenas alguns anos até o GP da Inglaterra chegar ao fim da linha.