O Banco Original lançou uma plataforma integrada para contas de pessoa física e jurídica, à medida que expande iniciativas para mais do que triplicar sua base para 5 milhões até 2020.
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A plataforma, batizada de Original Empresas, permite gerenciar as contas num único aplicativo. Segundo o banco, isso permite que o titular evite problemas comuns aos que usam a mesma conta para fazer transações bancárias pessoais e de seu negócio. Além disso, em ambas as contas o cliente é atendido pelo mesmo gerente.
O produto foi desenhado com foco em microempreendedores e profissionais autônomos, cujas necessidades não são bem atendidas pelos grandes bancos, disse à Reuters o diretor-executivo de tecnologia e produtos do Original, Raul Moreira.
“Esse é um nicho crescente de mercado, mas pessoas nessas condições ainda são tratadas de forma totalmente segregada nos bancos e acaba saindo bem mais caro”, disse Moreira.
O movimento do Original, banco controlado pela J&F, holding da família Batista também dona da JBS, sublinha o crescente interesse de empresas de serviços financeiros por microempreendedores e profissionais autônomos, público estimado em cerca de 8 milhões de pessoas no país. Nos últimos meses, a disputa por esse público tem levado o setor de meios de pagamentos a cortes cada vez mais agressivos nas taxas.
No caso do Original, a solução também permite a inclusão de um terminal de pagamentos em parceria com a credenciadora Cielo. A mensalidade varia de R$ 40 a R$ 80, dependendo do pacote de serviços.
A ofensiva mostra a recente guinada do Original para expandir fortemente sua base. Quando lançada, em 2016, sua plataforma inteiramente digital tinha como alvo o público de alta renda. Desde agosto do ano passado, quando o comando foi assumido por Alexandre Abreu, ex-CEO do Banco do Brasil, o foco vem mudando rápido.
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A faixa de renda mínima para abertura de conta, que já foi de R$ 7 mil mensais, foi caindo até ser eliminada. Em paralelo, o banco vem multiplicando parcerias com fintechs de vários segmentos para ampliar a oferta de serviços e concorrer mais frontalmente com os grandes bancos.
Para ajudá-lo nesse processo, Abreu trouxe, além do próprio Moreira, vários ex-executivos do BB. Um deles é Mauricio Maurano, justamente para ser o diretor-executivo de pessoa jurídica varejo, hoje encarregado no Original das operações para empresas com faturamento de até R$ 20 milhões por ano.
Os resultados começaram a aparecer rápido. Apenas nos últimos dois meses, a base dobrou para cerca de 1,6 milhão de contas. Com isso, o banco agora prevê atingir a meta de 2,5 milhões de contas já no mês que vem, em vez da previsão inicial para dezembro. A expectativa é de que essa base dobre no ano que vem e chegue a 10 milhões em 2022.
Segundo Moreira, esse processo está sendo conduzido de forma a preservar o banco financeiramente no azul. Por isso, o banco seguirá resistindo ao modelo de outros bancos digitais, que cresceram forte nos últimos anos apoiados em serviços grátis. “Não vamos nos posicionar como banco gratuito”, disse Moreira.
Isso porque, segundo ele, o objetivo principal é preservar a lucratividade do grupo. O conglomerado Original teve lucro de R$ 2,7 milhões em 2018, movimento suportado principalmente pela divisão do grupo concentrada no agronegócio.
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